O 5G (quinta geração de internet móvel ou quinta geração de sistema sem fio) representa muito mais do que a futura geração de telecomunicação móvel. Representa a ferramenta através da qual todos os objetos que nos rodeiam poderão comunicar entre si.
O 5G é, por isso, um passo firme rumo às cidades inteligentes, sendo uma tecnologia que acelerará a integração em rede de equipamentos e sensores (desde veículos a domótica). E, ao fazê-lo, abrirá o campo para o surgimento de novas aplicações e serviços.
Aliás, a expectativa é que o 5G tornará o crescimento da Internet of Things (IoT) e da computação em nuvem exponencial. Conteúdos de realidade virtual aumentada poderão entrar nos nossos aparelhos móveis inteligentes.
Com o 5G as vantagens sãomuito concretas:
Velocidade de dados
As redes 4G (ou LTE, Long Term Evolution, termo que se refere ao 4G) podem atingir velocidades de download com picos de 300 Mbps por segundo (com o LTE-Advanced ou 4.5G ou 4G+, pois no LTE é de 100 a 150 Mbps) que se traduzem para o consumidor em 40 Mbps (ou cerca de 15 a 25 Mbps no LTE standard como velocidade individual).
Com o 5G, esta velocidade deve aumentar na ordem das dez vezes, podendo trabalhar com 1Gbps para download (há quem admita, inclusive, cenários de 10 Gbps e 20 Gbps!).
Com 1Gbps pode descarregar 25 músicas em menos de um segundo, de acordo com a AT&T.
Em simulações feitas nos últimos meses, em Frankfurt, a Qualcomm Technologies apurou velocidades de download superiores a 490 Mbps (para um utilizador 5G), o que contrasta com os cerca de 56 Mbps medidos para um utilizador 4G.
No percentil dez de utilizadores, a Qualcomm mediu ainda velocidades de download de 100 Mbps (5G), quando nos testes em 4G, esse mesmo percentil de utilizadores, com menor largura de banda disponível, usufruiu de apenas 8 Mbps.
Isto permitirá que o descarregar de um filme de 15 GB pode demorar 30 segundos (em vez de perto de seis minutos) e um jogo de 50 GB pode levar menos de dois minutos. O 5G possibilitará ainda a visualização, em tempo real, de vídeos em 4K, elevando-se, de modo significativo, a capacidade multimédia.
Latência ultra reduzida (“ultra low latency”)
A latência remete para o tempo que um dispositivo demora a enviar dados para outro terminal, isto é, para a capacidade de resposta de uma rede. No 4G, esta taxa de latência é de cerca de 50 milisegundos; com o 5G esse valor irá reduzir-se para cerca de um milésimo de segundo.
No fundo, o 5G vai permitir a realização de tarefas em qualidade e rapidez comparável à de uma rede com conexão por fio de fibra óptica. Os veículos de condução autónoma serão os mais beneficiados com esta evolução, pois a rapidez de diálogo praticamente imediata entre aparelhos, sensores e antenas reduz os hiatos na transmissão de dados (a referida latência).
A comunicação entre veículos e infraestrutura terá no 5G a sua argamassa perfeita para se desenvolver, já que a comunicação é mesmo em tempo real.
“A quantidade de dados que um carro da Tesla envia por segundo para a central é enorme e com a rede 4G ainda sofre com alguma latência. Com o 5G, e com a latência praticamente de um milissegundo, pode haver respostas mais rápidas e travagens de segurança com maior precisão”, declara João Figueiredo, responsável pela Rede de Acesso Móvel da MEO.
Também intervenções cirúrgicas feitas remotamente, por intermédio de um robot de precisão, poderão ser mais eficazes. Tudo acontece nesse instante.
Maior segurança
A quinta geração de internet móvel estará associada a protocolos de comunicação mais seguros.
Capacidade
De acordo com a União Internacional das Telecomunicações (UIT), que já estabeleceu padrões genéricos para o 5G no documento IMT-2020, o 5G deve suportar pelo menos um milhão de dispositivos conectados por quilómetro quadrado.
Situações, como ainda ocorrem atualmente, em que o consumidor se depara com dificuldades de ligação, por estar em locais e eventos com grandes ajuntamentos de pessoas, seriam drasticamente reduzidas com uma largura de banda significativamente incrementada.
Acelerar para o 5G!
A avidez pelo 5G é imensa e, tudo indica, que a sua chegada acontecerá numa altura em que se acreditava que a rede atual 4G ainda podia ser melhorada e podia ainda vir a oferecer velocidades de até 2 gigabits por segundo.
Aliás, no recente do Congresso de Comunicações Móveis (Mobile World Congress, em Barcelona, de 26 de fevereiro a 1 de março últimos), ficou a saber-se que os gigantes Intel, Dell, HP, Lenovo e Microsoft estão a ultimar os primeiros computadores Windows com tecnologia 5G integrada. A Intel avança, de resto, uma data para estar a comercializar um terminal seu com estes requisitos: 2º semestre de 2019.
Também nos smartphones, a Intel firmou um acordo para equipar celulares com modems 5G com a chinesa Unigroup Spreadtrum, algo que deve acontecer igualmente para o próximo ano.
Nos EUA, os quatro principais operadores de comunicações (onde se incluem a AT&T e Verizon), já anunciaram intenção de lançar redes 5G comerciais até ao final de 2018.
Também a Huawei mostrou no 2018 Mobile World Congress (MWC) um leque vasto de equipamentos com integração desta quinta geração de banda larga móvel.
Tudo isto leva a supor que o salto para a quinta geração móvel possa acontecer um pouco mais cedo do que o ano 2020 que inicialmente se contava. Nós aqui, no WattsOn estamos ansiosos!