Os 35 autarcas da Grande Lisboa e do Grande Porto, que marcaram presença na “1ª Cimeira das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto”, acordaram apresentar ao Governo um documento com vista ao reforço de competências ao nível do ordenamento do território, da mobilidade e da habitação. Tudo áreas nevrálgicas para se conseguir um modo de vida urbano sustentável.
O Primeiro-Ministro, que esteve na sessão de encerramento desta Cimeira que se realizou no Palácio de Queluz, Sintra, destacou, por isso, o carácter histórico do acordo.
Até junho, poder central e municípios das áreas metropolitanas deverão ter alinhavadas as bases para a criação de um grupo de trabalho para cada uma das áreas metropolitanas, direccionado para a mobilidade, vertente “que é crítica para se vencer o desafio das alterações climáticas”, reconhece António Costa.
Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, é um dos entusiastas de um passe único que custasse cerca de 30 euros.
Uma das ideias mais fortes e concretas que pode nascer deste entendimento entre os 35 presidentes de câmara das áreas metropolitanas de Porto e Lisboa é a existência de um passe único. Este título de transporte uniformizado seria comum a todos os operadores de transportes, públicos ou privados, de valor mais baixo do que atualmente, para facilitar as deslocações dos habitantes das duas grandes metrópoles do país e seus municípios circundantes.
A Universidade Católica e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto vão fazer um estudo para o Conselho Metropolitano do Porto sobre a viabilidade do passe único para a Área Metropolitana do Porto.
Esse passe único, que só deve ser realidade lá para 2020 ainda assim, seria financiado por um Fundo de Mobilidade Metropolitana, além da bilhética, cuja gestão passará integralmente para os municípios.
O propósito é contribuir “para apoiar a transição da mobilidade para o transporte público”, que neste momento “apenas satisfaz 50% das necessidades de deslocação”, refere Fernando Medina, nº1 da Câmara de Lisboa e também presidente da Área Metropolitana de Lisboa.
O chefe de Governo defendeu ainda na sua intervenção que “a habitação é crítica em vários domínios, desde logo porque é uma condição essencial para a dignidade da vida humana, para a qualidade nas áreas metropolitanas e, também, para que as novas gerações se possam fixar e desenvolver o seu futuro”.