Diariamente, o gesto de ligar ou desligar o interruptor de uma lâmpada é repetido por milhões de pessoas em todo o mundo.
Graças ao desenvolvimento da tecnologia, as lâmpadas são cada vez mais ecológicas, mas este equipamento entrou também no domínio da inteligência.
A mais recente geração de lâmpadas está apetrechada de mais funções, para além da da simples iluminação, fazendo, assim, parte, do “ecossistema” da Internet of Things (IoT).
Sabia que…
… Em 1879, o americano Thomas Edison (1847-1931) criou a primeira lâmpada elétrica (com um filamento de carbono).
As lâmpadas inteligentes permitem, por exemplo, que a iluminação de uma sala fique (e crie uma atmosfera visual) em sintonia com um filme que se vê, um jogo de computador ou de consola que se pratica ou uma música que se escuta.
De acordo com o seu estado de humor ou de espírito, assim pode “pintar” a sala com uma luz de uma determinada cor.
A Philips é uma das marcas que dispõe na sua gama de produtos de lâmpadas deste género. A linha Hue consiste em lâmpadas com tecnologia LED RGB (com diferentes cores e temperatura de luz produzidas), dotadas de comunicação wireless via padrão ZigBee, a qual permite o seu controlo remoto e a sua integração num sistema de domótica.
Deste modo, as lâmpadas são emparelhadas com o smartphone (há uma app específica da Philips, neste caso, tanto na loja Google Play, como na App Store para iOS), por intermédio de um módulo de controlo (seguindo o standard de comunicação ZigBee).
Através de um registo no site da Philips Hue (aqui), o utilizador pode programar à distância os períodos do dia em que pretende que as luzes se liguem ou desliguem, a intensidade da luz em cada momento, a tonalidade da luz em diferentes alturas, ou parametrizar o sistema para que atue por geolocalização (detetando que quando o proprietário entra com o seu smartphone em casa as luzes se ligam e quando sai a iluminação desliga-se).
Esta gama de produtos Philips Hue passou agora a ter uma linha de lâmpadas para o exterior (a lançar nos mercados na segunda metade do ano), além das de interior.
Luminárias Li-Fi: internet a partir da luz
Outro desenvolvimento lançado pela Philips (cuja divisão Philips Lighting pode vir a partir de meados de maio a ser renomeada para Signify) diz respeito a lâmpadas e luminárias que são também pontos de ligação Wi-Fi.
As chamadas lâmpadas LED com Li-Fi (de Light Fidelity) transmitem internet por meio da luz. Dito de outro modo, são usadas ondas de luz para propagar o sinal da web de banda larga, com promessas de maior estabilidade e rapidez, pois a Li-Fi possui um espetro 10 000 vezes maior que o do Wi-Fi.
Alguns testes indicam que as conexões de internet por Li-Fi podem ser até 100 vezes mais rápidas que as ligações Wi-Fi.
De acordo com a Philips, este tipo de solução é indicado para serviços onde existem equipamentos que não podem sofrer interferências de radiofrequências, como é o caso de hospitais, ou lugares onde o sinal Wi-Fi é, por vezes, escasso, como ambientes subterrâneos.
Uma particularidade: a Philips declara que o Li-Fi é mais seguro do que o Wi-Fi, na medida em que a luz não consegue ultrapassar paredes, o que pode ser o mais indicado para uma instituição financeira.
“O potencial da Li-Fi na
atual era digital é enorme”
Olivia Qiu (Philips Lighting)
“Ao contrário das frequências de rádio, que estão a ficar congestionadas, o espetro da luz visível é um recurso inexplorado, com uma grande largura de banda adequada à ligação estável e simultânea de um grande número e tipo de dispositivos da Internet das Coisas“, explica Olivia Qiu, diretora de Inovação da Philips Lighting.
A Icade, uma empresa francesa de investimento imobiliário, está a conduzir um programa piloto à volta desta tecnologia no seu escritório inteligente no La Defense, em Paris.
A Li-Fi é uma tecnologia sem fios bidirecional e de alta velocidade semelhante ao Wi-Fi, mas que utiliza as ondas de luz em vez das de rádio para transmitir dados. As luminárias de escritório da Philips dotadas da tecnologia Li-Fi (há dois tipos de modelos: Philips PowerBalance gen2 e Philips LuxSpace) garantem uma ligação de banda larga à velocidade de 30 Mb por segundo (Mb/s) sem comprometerem a qualidade da iluminação. A 30 Mb/s, os utilizadores podem transmitir vários vídeos com qualidade HD, em simultâneo e durante as suas videoconferências.
Como é que a Li-Fi funciona?
Explica a Philips que todas as luminárias estão equipadas com um modem integrado que modula a luz a velocidades impercetíveis ao olho humano. “A luz é detetada por uma chave/dongle USB de Li-Fi, ligada à tomada ou porta de um computador portátil ou tablet (esta tecnologia deverá vir a estar incorporada nos computadores portáteis e demais dispositivos). O dongle USB (ou chave anticópia) de Li-Fi passa os dados à luminária através de uma ligação de infravermelhos”, esclarece a marca.