O Dia da Terra, que se celebra a 22 de abril de cada ano desde 1970, procura chamar a atenção para a necessidade da Humanidade viver em harmonia com o Planeta, visto que dele provêm todos os recursos que sustentam as sociedades e a economia.
No presente, necessitarmos de cerca de 1,5 planetas para suportar o nosso modelo de produção e consumo, isto quando apenas uma parte da Humanidade faz uso dos recursos naturais, alerta a associação ambientalista Zero.
Este ano o mote do Dia da Terra é o da necessidade de reduzir a utilização de plástico. “A este nível têm já sido dados alguns passos importantes. Contudo, o enfoque continua a ser o das soluções de fim de linha, na melhor das hipóteses a reciclagem, quando o que é necessário, do nosso ponto de vista e corroborado pela evolução de inúmeros indicadores ambientais, é repensar o modelo de produção e consumo”, defende a associação Zero que apresenta algumas ações que cada pessoa pode desenvolver para reduzir a sua pegada ecológica.
Mobilidade tem grande impacto
“A mobilidade continua a ser uma das áreas de grande impacto na nossa vida, em particular se viajarmos de avião. Contudo, a utilização do transporte individual é também uma das ações mais impactantes do nosso quotidiano”, afirma a Zero que pede aos consumidores que façam uma experiência: “Usar os transportes públicos durante uma semana ou um mês”.
Outras ideias: “Desafie um colega ou amigo para lhe fazer companhia; combine modos suaves (bicicleta, trotineta, skate ou mesmo andar a pé) com os transportes públicos e desfrute da liberdade, da descontração e do tempo que daí resultará. Pode até aproveitar para colocar a sua leitura em dia”.
Sabia que condutores que circulam em Lisboa nas horas de ponta perdem, em média, 40 minutos por dia no trânsito? E no Porto, perdem em média 31 minutos por dia?
Refletir o consumo em geral
“De cada vez que compramos algo estamos a ter impactos significativos. Refletir sobre: é mesmo necessário comprar, ou pode ignorar, pedir emprestado, alugar ou comprar em segunda mão? Que recursos foram usados, onde foi feito e por quem (e em que condições sociais), é durável, reutilizável, reparável, atualizável? E pode ser realmente reciclado no final da sua vida? Colocar estas questões (ou pelo menos algumas delas) poderá permitir-lhe evitar muitas despesas desnecessários e poupar toneladas de recursos ambientais”, afirma a Zero que deixa no ar algumas questões: “Sabia que ao comprar um novo smartphone está a comprar igualmente quase 18 mil litros de água, a utilização de 18 m2 de solo, o consumo de 70 kg de recursos naturais e 75% das emissões de gases de efeito de estufa ao longo do seu ciclo de vida? Ou que para fazer uma T-shirt se gastam quase 4 mil litros de água e 136 litros por cada café bebido? Ou que por cada 7 kg/20 € de produtos adquiridos assumimos a responsabilidade por cerca de 60 kg de resíduos?”.
Participação cívica
Neste Dia da Terra, esta associação ambienalista considera que os cidadãos devem exigir “melhores políticas públicas e que as empresas nos forneçam produtos e serviços que respeitem o equilíbrio ambiental, os direitos humanos e promovam a nossa saúde. Faça ouvir a sua voz e peça para que haja mais produtos com rótulos ecológicos (por exemplo o rótulo ecológico europeu) nas lojas e supermercados, para que os produtos biológicos estejam mais acessíveis, para que haja menos produtos descartáveis e mais opções de reutilização, reparação e atualização”.
Aponta ainda a Zero: “Exija infraestruturas que lhe permitam usar modos suaves nas suas deslocações, melhor adequação dos transportes públicos às necessidades quotidianas e penalização das más soluções e incentivos para as sustentáveis. Se os políticos e os empresários sentirem que os cidadãos querem um modelo de produção e consumo sustentável, mais facilmente promoverão a mudança”.