O projeto de arquitetura “Hyundai Pavilion”, desenvolvido pelo britânico Asif Khan para os Jogos Olímpicos de inverno de 2018, vai estar novamente aberto ao público, em Seoul, na exposição “The Seed of New Society”, até 30 de dezembro.
“Receber este reconhecimento por parte de uma entidade tão conceituada é uma enorme honra. O Hyundai Pavilion foi um projeto que nos apaixonou muito, o que se refletiu no nosso contínuo compromisso de construir uma linguagem de design criativa que evolui no tempo”, disse Sungwon Jee, diretor do Creative Works Group na Hyundai.
Depois de Portugal ter tido o pavilhão da água (símbolo químico H2O) na Expo’98, a Coreia do Sul conta com o pavilhão do hidrogénio (símbolo químico H2).
A reabertura do pavilhão vem na sequência do “Leão de Bronze” recebido em junho de 2018 pelo projeto, distinção atribuída pelo Cannes Lions International Festival of Creativity, na categoria “Design: Spatial & Sculptural Installation and Experience”.
Este pavilhão é a forma da Hyundai de mostrar as potencialidades do hidrogénio, tendo a particularidade de apresentar aos visitantes a tecnologia fuel cell através de três experiências: o universo, a água e o hidrogénio.
O pavilhão, preto por fora, é totalmente revestido em Vantablack VBx2, material derivado do original Vantablack, permitindo a absorção de 99% da luz (a tinta preta normal absorve 97% da luz) e a sua captação por nanotubos para a sua conversão em energia e calor.
Esta substância é, aliás, tão preta que é quase impossível para o olho humano perceber as formas de um objeto que seja revestido por ele.
O nome Vantablack vem de Vertically Aligned NanoTube Arrays (Conjunto de Nanotubos Verticalmente Alinhados).
As fachadas do pavilhão são pontuadas por milhares de minúsculas luzes brancas em LED que, durante o dia, simulam a vista para o espaço a partir daquele ponto da Terra, segundo os seus autores.
25 mil gotas de água por minuto
Dentro da estrutura de 35 metros x 35 m, Khan projetou uma vasta “sala de água” com 20 metros por 12 metros – uma instalação hidráulica multisensorial que emite 25.000 gotas de água a cada minuto, as quais colidem entre si.
As gotas deslizam individualmente, através de uma superfície hidrofóbica de cor branca, o que faz com que nunca se juntem nesse caminho percorrido: isso só ocorre no final, com a concentração da água num lago que drena e volta a reaparecer no espaço de minutos. Ao todo, são usados 300 litros de água.
Esse lago representa ainda a água pura emitida a partir dos tubos de escape dos carros a hidrogénio.
A instalação de água que os visitantes descobrem no interior é iluminada de branco, o que contrasta com o negro do exterior.
Uma gota, um carro fuel cell
“No projeto, eu queria passar da escala do cosmos para a escala de gotículas de água em poucos passos. As gotículas contêm o mesmo hidrogénio do começo do universo que as estrelas”, refere o arquiteto.
Esta instalação foi criada com o objetivo de trazer a visão da Hyundai para o futuro da mobilidade, materializando-a num espaço físico, “de forma a difundir mais conhecimento sobre a tecnologia fuel cell”, diz o fabricante coreano.
Com esta reabertura do “Hyundai Pavilion”, a Hyundai pretende que o público em Seoul tenha mais oportunidades de experienciar e aprender mais sobre a tecnologia fuel cell dentro numa obra de arte premiada.
A fachada preta do pavilhão representa o universo – a origem do hidrogénio – e as gotículas de água interativas dentro do edifício são inspiradas por moléculas de hidrogénio individuais e a tecnologia por trás do novo veículo de célula de combustível a hidrogénio da Hyundai.
Cada gotícula de água a escorrer representa um veículo fuel cell, o qual contribui para um bem coletivo maior, simbolizado pelo lago de água que se junta no fundo. Os visitantes podem interagir com esta instalação, lançando mais gotas que pretendem fazer passar a mensagem de que cada pessoa tem um papel no crescimento sustentável.
Dentro deste pavilhão da Hyundai há ainda três outras salas, também relacionadas com o tema do hidrogénio e das energias sustentáveis: uma sala solar dourada adornada com painéis que produzem eletricidade; uma sala com espelhos em forma de bolhas de água representando o processo de eletrólise para extração de hidrogénio; e uma sala com milhares de luzes LED em hastes de plástico para simular um conjunto de baterias.
Recorde-se que a Hyundai tem-se empenhado bastante no desenvolvimento de carros fuel cell.