Nestes dias em que milhares de portugueses aproveitam para ir a banhos, o Oceanário tem uma exposição didática subordinada ao mote “Keep the oceans clean”.
Para passar a mensagem da importância de “manter os oceanos limpos”, João Parrinha e Xandi Kreuzeder, os autores da exposição, conceberam nove instalações artísticas feitas a partir de lixo marinho encontrado em praias e retirado do mar.
O “Skeleton Sea – Arte do Mar” é um projeto criado em 2005 pelo português João Parrinha, pelo espanhol Luis de Dios e pelo alemão Xandi Kreuzeder. Este projeto nasce da vontade de três surfistas e amantes do mar que, através da sua expressão artística, apostam na sensibilização da população para a necessidade de se envolverem na preservação do oceano. Mais informações em https://www.skeletonsea.com/
Esta exposição está patente no átrio principal do Oceanário, onde os visitantes poderão contemplar um peixe de grandes dimensões criado com chinelos de plástico que vieram parar a uma praia na África do Sul, um enorme polvo construído a partir de lixo encontrado nas praias ou, até, um albatroz construído no Quénia, com lixo marinho, ferro e arame, e que pretende alertar para os perigos a que estão sujeitas as aves marinhas devido à imensa poluição por plástico no oceano.
“A poluição marinha tem um enorme impacto nas espécies e ecossistemas marinhos, com a acumulação e deterioração de plástico e outros resíduos no oceano”, alertam os responsáveis do oceanário para os quais esta exposição tem o mérito “de elevar a consciência e o conhecimento sobre o problema crescente da poluição no oceano e, assim, inspirar o público, através da arte, a proteger os ecossistemas marinhos”.
Neste contexto, a Fundação Oceano Azul e o Oceanário de Lisboa lançaram, também, por seu lado, pelo segundo ano consecutivo, a campanha “O que não acaba no lixo acaba no mar”.
Entre 8 a 12 milhões de toneladas
de plástico chegam ao oceano anualmente, o equivalente
a despejar um camião de plástico
a cada minuto
“A iniciativa tem como objetivo sensibilizar todos os portugueses, para o importante papel que cada um tem na redução do lixo no oceano, através da alteração de comportamentos”, aponta o Oceanário.
“A sociedade em geral não sabe que o lixo deitado para o chão, mesmo a grandes distâncias da costa, vai parar ao mar mais cedo ou mais tarde”, avisa Tiago Pitta e Cunha, CEO da Fundação Oceano Azul, explicando que “a maioria da população sabe que poluir o oceano é negativo mas as pessoas entendem que muito do lixo que chega ao oceano não é da sua responsabilidade, nem é intencional. O que pretendemos com esta campanha é alertar para a necessidade de cada um de nós alterar o seu comportamento, evitando a degradação do ambiente marinho”, explica.