Com base numa investigação sobre o enjoo em veículos, a Jaguar Land Rover (JLR) criou um algoritmo que gera “uma pontuação sobre o bem-estar” de cada passageiro.
A “classificação do bem-estar” calcula, através de sensores biométricos que registam os sinais fisiológicos, se o condutor e os passageiros estão enjoados.
Os dados do estudo da Jaguar Land Rover foram gerados durante mais de 25 mil quilómetros.
A combinação desses dados com o movimento e as informações da dinâmica do automóvel, faz com que a centralina do carro saiba quando o condutor ou um passageiro começam a estar enjoados, mesmo antes destes sentirem qualquer sintoma.
Mediante essa avaliação o veículo personaliza automaticamente o estilo de condução e as caraterísticas do interior do veículo, de modo a reduzir os efeitos desconfortáveis que os passageiros sofrem em cerca de 60% dos casos, de acordo com o fabricante inglês.
Ajustes que são feitos
Entre os ajustes possíveis de fazer estão a manutenção do habitáculo com uma temperatura fresca, o ajuste da posição do banco de modo a que os passageiros possam ver mais ambiente circundante e o ligar a voz do sistema de navegação para que os ocupantes saibam com antecedência quais são as próximas direções.
Explica ainda a JLR que o elevar o suporte do smartphone e dos ecrãs táteis em 10 cm pode reduzir o enjoo em 40%, criando um maior conforto para os olhos.
A suspensão ativa pode ainda ser um aliado contra o enjoo a bordo de uma viatura, na medida em que o seu ajuste contínuo permite diminuir o movimento da carroçaria na estrada através da modificação dos parâmetros da suspensão a cada 10 milissegundos, “assegurando que os passageiros usufruam sempre do maior conforto possível”, sublinha o construtor.
A vida a bordo de um carro autónomo
Este desenvolvimento pode vir a beneficiar a vida a bordo especialmente dos veículos autónomos, como explica Spencer Salter, investigador da JLR na área das tecnologias para o bem-estar: “À medida que avançamos para um futuro com veículos autónomos, onde os ocupantes terão mais tempo para trabalhar, ler ou relaxar durante as viagens mais longas, é importante desenvolver veículos que possam adaptar-se de modo a reduzir os efeitos provocados pelo enjoo durante a condução”.
“O desconforto durante o movimento ocorre, em muitos momentos, quando os olhos observam, geralmente durante a leitura, informação distinta daquela que é recebida através dos ouvidos, pele ou corpo”, como é o caso da visualização de mensagens no telemóvel.
Ford também estudou problema
No ano passado, a Ford deu conta de um estudo que também tinha feito sobre o que faz as pessoas ficarem enjoadas nas viagens de automóveis.
A Ford constatou que dois terços dos passageiros ficam enjoados numa viagem de carro.
O modo como o automobilista conduz o veículo é uma das causas possíveis, assim como ficar a olhar para o ecrã do telemóvel ou tablet.
O para-arranca do trânsito e estradas muito sinuosas tendem igualmente a agravar ou a suscitar um mal-estar.
Crianças e adolescentes, que, por norma, viajam nos bancos traseiros, são dos mais afetados por náuseas durante a condução.
O estudo da Ford apurou que um passageiro adulto leva, em média, 10 minutos para sentir enjoo ao ficar a manusear um telemóvel num trajeto urbano de curta distância. Os primeiros sinais são bocejos e transpiração.
Ver filmes em tablets ou fazer jogos no smartphone também potenciam enjoo, conforme as pessoas.
Dicas para reduzir probabilidade de enjoo
Para ajudar a evitar o mal-estar a bordo, a Ford dá as seguintes sugestões aos ocupantes dos veículos:
- Sente-se de preferência no banco da frente. Quando estiver no banco de trás, sente-se de preferência no meio, para poder ver a estrada à frente;
- Conduza de modo suave e, sempre que possível, evitando travagens e acelerações bruscas e passar sobre buracos;
- Distraia quem estiver a sentir-se enjoado – até cantar pode ajudar;
- Evite tomar café;
- Use uma almofada para evitar que a cabeça balance;
- Recorra ao ar condicionado para manter a circulação de ar fresco no habitáculo.