A Lime, empresa de trotinetes elétricas, vai oferecer esta quinta feira, em Lisboa, mais de mil capacetes aos utilizadores que se comprometerem a cumprir as regras de segurança e de trânsito.
Esta plataforma de mobilidade alternativa anuncia a campanha “Respect The Ride” (em português “Respeita a Viagem”) que pretende sensibilizar os utilizadores portugueses para as regras de segurança e trânsito e para a necessidade de respeitar a dinâmica da cidade.
#RespectTheRide
Os utilizadores terão, assim, de aceitar este compromisso e receber um capacete e um código promocional gratuitamente no evento que vai decorrer hoje, 6 de dezembro, a partir das 17 horas, no Cabana Studio, na Rua Dom Luís I, em Lisboa.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através deste link.
Durante o evento, os participantes receberão capacetes gratuitamente, que poderão utilizar durante as suas viagens. Terão ainda oportunidade de participar num workshop de condução de trotinetes elétricas e ver uma exposição sobre a temática da segurança.
Os utilizadores poderão assegurar previamente um dos mil capacetes disponíveis no evento, aceitando o compromisso disponível no website. A campanha tem uma expressão mundial, com a Lime a distribuir nos vários países em que está presente 250.000 capacetes como parte da campanha “Respect The Ride”.
Regras desconhecidas
A Lime chegou a Lisboa a 4 de outubro último.
“Para a Lime, a segurança dos utilizadores e o respeito pela cidade são prioridades. Sendo uma nova alternativa de mobilidade, estamos conscientes de que há boas práticas e regras que alguns utilizadores desconhecem. A campanha #RespectTheRide pretende colmatar esta necessidade e promover comportamentos de segurança e respeito”, explica Luís Pinto, diretor da Lime em Portugal.
a ansr esclarece que O uso de capacete não é obrigatório, mas recomendável.
A campanha “Respeita a Viagem” arranca com o lançamento do website onde os utilizadores poderão ler e assinar este compromisso.
O que diz o compromisso?
O compromisso que a Lime quer os utilizadores assinem em troca de receberem um capacete diz o seguinte:
“Eu comprometo-me a cumprir o compromisso “Respect The Ride” para que tenhamos a ruas, calçadas e comunidades seguras.
Como parte deste compromisso, concordo com:
- Conduzir com responsabilidade em todos os momentos;
- Usar um capacete durante a condução;
- Cumprir todas as regras de trânsito e limites de velocidade;
- Andar apenas em áreas designadas, como ruas e ciclovias;
- Estacionar corretamente fora de passeios para pedestres, entradas de garagens e paragens de transportes públicos e sempre que possível em estacionamento de bicicletas e/ou locais definidos para parquear trotinetes;
- Estar atento a automóveis, pedestres, transportes públicos e outros velocípedes.
Assumo este compromisso voluntariamente por forma a ajudar a promover uma mobilidade inteligente e sustentável e garantir um ambiente seguro para todos os utilizadores e meios de transporte”.
Estacionamento também preocupa: PSP atenta
Além da circulação, as trotinetes elétricas também têm de respeitar regras relativas ao estacionamento. Nesse capítulo, este novo meio de transporte alternativo que os lisboetas estão a utilizar não pode estacionar em passeios, rampas de serviço e paragens de transportes públicos, sob pena dos seus utilizadores pagarem uma coima de 30 euros.
As trotinetes também só podem transportar o seu condutor e circular em ruas e ciclovias, devendo respeito e cumprimento à sinalização horizontal e vertical.
E a Polícia de Segurança Pública (PSP) já fez saber que vai estar atenta e começar a atuar para cumprir a lei e o que está no artigo 112º do Código da Estrada e que aqui reproduzimos:
Recomendação do CDS-PP…
Curiosamente, esta ação da Lime surge também depois de, em 20 de novembro, a Assembleia Municipal de Lisboa ter aprovado uma recomendação do CDS-PP para a criação de regras e boas práticas para as trotinetas eléctricas na capital portuguesa.
A recomendação dos centristas à autarquia de Lisboa estrutura-se nos seguintes quatro pontos:
“1. Proceda à criação de regras e boas práticas, a tornar públicas, para a gestão das trotinetas elétricas que clarifique as matérias de maior preocupação, designadamente sobre circulação e estacionamento;
2. Intervenha, através da Polícia Municipal, para ações de sensibilização e fiscalização sobre infrações e cumprimento das regras e legislação vigente;
3. Em articulação com a Lime, procure implementar iniciativas de esclarecimento sobre os benefícios de utilização das trotinetas bem como das responsabilidades e obrigações dos utilizadores;
4. Remeta à 8ª Comissão Permanente da AML o acordo estabelecido com a empresa bem como as iniciativas que vier a implementar”.
O CDS-PP recorda o estacionamento desordenado das trotinetes, causando “perturbações na mobilidade dos peões, em especial cidadãos com dificuldades de visão ou com limitações físicas que não lhes permite facilmente percecionar o espaço público que os rodeia. Se durante a madrugada elas são recolhidas, carregadas e colocadas nos hotspots que foram acordados com a CML, durante o dia são depositadas onde mais aprouver ao seu utilizador. De tudo um pouco já foi relatado: veículos abandonados a ocupar toda a largura (escassa) do passeio, a tapar a entrada de garagens, abandonadas nos locais mais impróprios e em passadeiras, a título de exemplo”.
Devido à forma desordenada como as trotinetes circulam e são deixadas, o município de Madrid proibiu a circulação em passeios, Barcelona proibiu a circulação na Cidade Velha e França formulou um enquadramento legal para regular e fiscalizar a utilização das trotinetas.
A empresa Lime informa, aquando da utilização da aplicação pelo utilizador, da necessidade de cumprimento da legislação nacional e regulamentação municipal, do uso de capacete, a obrigatoriedade de ser detentor de carta de condução e, consecutivamente, ter mais de 18 anos, bem como regras de estacionamento. Ou seja, a utilização do serviço implica a aceitação das condições previstas.
“Contudo, a realidade é diferente, pelo que importa que o Município de Lisboa clarifique os cidadãos sobre o uso deste meio de transporte, a sua adaptabilidade ao espaço público, as regras de estacionamento e de circulação, bem como instruir a Policia Municipal para as regras a cumprir e zelar pela segurança dos cidadãos, em particular dos peões que circulam no passeio”, defende o CDS.
… e recomendação do PAN
Nessa mesma reunião camarária, a esta recomendação foi feito um aditamento a partir de uma proposta do PAN (Partido Pessoas-Animais-Natureza) que recomenda à Câmara Municipal de Lisboa:
- Que publicite no site da CML os 90 locais identificados como hotspots para as trotinetas com motor e bem assim dos locais onde se desaconselha a utilização deste modo de transporte;
- Que sejam alteradas todas as localizações dos hotspots que se localizam em cima dos passeios, pois isto incentiva a circulação das trotinetas com motor nestes locais, acautelando a segurança de quem circula;
- Aditar ao Ponto 4 Recomendação, as condições de ocupação de espaço público estabelecidas entre a CML e a empresa fornecedora do serviço.
[atualizado em relação ao uso do capacete, em virtude da Instrução Técnica nº 1/2018 da ANSR Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária que saiu posteriormente à publicação deste artigo e que indica que a utilização de bicicletas e trotinetes elétricas não obriga ao uso de capacete, ainda que tal seja recomendável]