A possibilidade das faturas em papel poderem deixar de existir a partir de janeiro de 2019 se não forem expressamente pedidas, podendo ser enviadas por correio eletrónico poderá trazer um ganho ambiental enorme, segundo as contas feitas pela associação Zero.
A Zero salvaguarda que são cálculos aproximados e com pressupostos que tiveram de ser necessariamente admitidos para a quantificação efetuada, não deixando, porém, de permitir ter uma ordem de grandeza da relevância da medida em causa do ponto de vista ambiental.
De acordo com uma estimativa às poupanças ambientais associadas à eventualidade de todas as faturas associadas aos consumidores serem eletrónicas, a Zero concluiu que, por ano, poupar-se-iam 281 mil árvores (que não seriam cortadas), o que, considerando uma ocupação de 1000 árvores por hectare, se pode estimar no evitar de um corte de floresta de 281 hectares/ano (cerca de 281 campos de futebol).
Outros benefícios que se podem conseguir
Se considerarmos que entre janeiro e agosto de 2018 foram emitidas e comunicadas 3,7 mil milhões de faturas, e extrapolando para o ano um total de 5,6 mil milhões, admitindo que o tamanho médio de uma fatura é A5 e que o papel tem 75 g/m2, outros números obtidos pela Zero são os seguintes:
- 3 mil toneladas de CO2 (dióxido de carbono) poupadas por ano no fabrico de papel, o que equivale aproximadamente ao mesmo que as emissões de gases de efeito de estufa de 429 portugueses;
- 281 milhões de litros de água poupada por ano no fabrico de papel, o que equivale ao consumo equivalente de cerca de 4100 habitantes em Portugal;
- 43 GWh (gigawatt-hora) ou 155 mil GJ (gigajoule) de energia poupada por ano no fabrico de papel, o que equivale ao consumo de aproximadamente 0,1 % do consumo de eletricidade de Portugal;
“Entre os pressupostos considerou-se não haver acréscimo de consumo de energia elétrica pela transmissão da informação por via eletrónica, não se considerou a capacidade de sumidouro associada ao uso de árvores na produção de papel e ainda que todo o papel atualmente utilizado não é papel reciclado”, enquadra a Zero.
Esta associação ambientalista considera que, apesar das poupanças poderem não ser extremamente significativas, “elas são ainda consideráveis do ponto de vista ambiental no que respeita à redução de emissões e consumos, e não só apoia a implementação da medida, como também sugere aos consumidores a sua aceitação”.