A Mini, que possui um plug-in, tem na calha o lançamento de um elétrico, mas o preparador britânico Swind “antecipou-se”, convertendo um Mini clássico num veículo elétrico.

Assim, sessenta anos após o icónico Mini chegar às ruas pela primeira vez, a Swind revelou o primeiro clássico elétrico de produção Mini no London Classic Car Show. O Swind E Classic Mini combina a carroçaria original, totalmente restaurada de um Mini da década de 1960, e um motor de propulsão feito à medida e desenvolvido internamente pela Swindon Powertrain.

Produzido em Wiltshire, nas instalações recentemente atualizadas da empresa, o Swind E Classic Mini mantém todo o estilo e culto das formas do original com tecnologia EV de última geração para criar um automóvel urbano e de emissões zero. Tudo com o toque de personalidade e elegância dos clássicos.

Motor de 80 kW

Mantendo a mesma aparência, proporções e espírito do Mini original, a Swind montou um motor de 80 kW (cerca de 107 cv), permitindo que o modelo – por ser elétrico – se passeie pelas zonas que, cada vez mais cidades do mundo, abrem apenas para veículos de baixas emissões poluentes.

Este Swind E Classic Mini aloja baterias de iões de lítio com 24 kWh de capacidade e 400 V, anunciando uma autonomia de 200 km. O automóvel também dispõe de travagem regenerativa.

Quatro horas a carregar

O carregamento completo é feito em quatro horas com uma tomada Type 2 (a opção de carregamento rápido está presente).

Para garantir que o E Classic Mini resiste aos rigores da condução de hoje, o protótipo completou mais de 16 mil km reais, além de milhares de horas de simulações virtuais. Os responsáveis da Swind sublinham que a proteção contra corrosão, juntamente com componentes do sistema de travagem e de suspensão totalmente novas, garantem que o E Classic Mini que criaram seja substancialmente mais fácil de se utilizar no dia a dia do que outros clássicos.

Apesar do acréscimo de 80 kg ao peso do veículo (para um total de 720 kg, devido às baterias), o Mini Clássico elétrico acelera dos 0-100 km/h em 9,2 segundos e tem um tempo de recuperação dos 50-80 km/h de 4,3 segundos. A sua velocidade máxima é de 130 km/h.

Curiosamente, esta conversão deu ao veículo uma melhor distribuição de peso entre eixos: 57%/43% vs. 68%/32% do original.

Também face ao original, este novo Mini tem um centro de gravidade 44 mm mais baixo, aspeto que melhora a estabilidade dinâmica.

Quanto ao seu diâmetro de viragem é de 8,6 metros.

Mais espaço na mala

Como este renovado Mini Clássico não precisa de depósito de gasolina, esse espaço foi aproveitado para reforçar a capacidade da bagageira que aumenta para 200 litros.

A atualização do Mini criado por Alec Issigonis para os tempos atuais não se ficou apenas pela remoção do motor de combustão interna por um motor elétrico. A Swind introduziu portas de carregamento USB, aquecimento por piso radiante, bancos de couro aquecidos e desembaciador do óculo traseiro e do pára-brisas.

Sistema de infotainment como opção

Mais: entre os opcionais estão um sistema de infotainment e navegação por satélite (1600 libras/1800 euros), direção elétrica assistida (1600 libras/1800 euros), teto de tecido deslizante ao longo do comprimento total do carro (1900 libras/2100 euros), vidros elétricos frontais (440 libras/500 euros), fecho centralizado (600 libras/680 euros) e ar condicionado (6000 libras/6800 euros).

O cliente pode ainda personalizar o veículo, sob medida (incluindo na parte de potência).
Estão disponíveis seis cores padrão com teto contrastante.

Edição limitada a 100 exemplares

A Swind vai efetuar uma produção limitada a 100 unidades, as quais podem ser tanto para exemplares de volante à esquerda, como à direita.

“O clássico Mini tem um lugar tão especial no coração das pessoas, não apenas no Reino Unido, mas em todo o mundo. A embalagem do design de Sir Alec Issigonis de 1959 foi realmente inovadora e agora estamos a torná-la relevante novamente. O seu tamanho compacto e a boa visibilidade, juntamente com o desempenho e a sua manobrabilidade contemporâneas, tornam-no um veículo que as pessoas vão querer conduzir na cidade com um sorriso no rosto” – Raphael Caillé (Swindon Powertrain)

Cada viatura terá como preço base (sem extras) 79 mil libras, ou seja, cerca de 90 mil euros.

Este Swind E Classic Mini é uma criação do diretor-geral da Swindon Powertrain, Raphael Caillé, que viu no contexto atual a oportunidade de produzir uma viatura elétrica com uma alma única, pela qual as pessoas, de todas as classes sociais, se apaixonariam instantaneamente. “É a primeira vez que um Mini clássico eletrificado entra em produção”, diz Caillé. “Já houve one-offs e protótipos anteriormente, mas Swind é a primeira empresa a lançar um carro deste género [em maior volume, n.d.r.] para o público”, esclarece o responsável pela Swindon Powertrain.

 

Sugestões complementares de leitura:
  • “Eletrificação de clássicos: sim ou não?”: veja aqui uma opinião.
  • Sobre o revivalismo elétrico das marcas de automóveis, consulte este artigo de Francisco Mota, jurado do prémio Car Of The Year (COTY).
  • Aqui damos nota de outro trabalho de conversão de um clássico para EV, neste caso de um Mini Moke.
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