Depois de alguns anos de extrema cautela, as marcas do Grupo PSA parecem finalmente estar empenhadas nas oportunidades que o atual momento proporciona.
No ano em que comemora o seu centenário, a Citroën abre as hostilidades com o Ami One. Para quem não está recordado, o Ami original foi produzido nos anos 60. Tinha a difícil tarefa de colmatar a lacuna na gama entre o 2CV/Dyane e o ID/DS.
A base mecânica foi desenvolvida a partir do 2CV. Era um automóvel confortável e que qualidade razoável. Mas o principal fator distintivo era o facto de ser muito, muito feio.
Se não acredita, veja aqui em baixo:
Mas chega de maldizer, até porque hoje o Ami e Ami Break têm uma imagem simpática, embora já não saiam muito à rua.
Para todo o serviço
Ora, o Ami do século XXI não podia ser mais diferente. Para começar, é elétrico.
Depois, está pensado para uma utilização e relação com as pessoas muito mais desprendida. O original representava uma compra importante, provavelmente como automóvel para a família.
O Ami One tem dois lugares. À partida, podemos comprá-lo e ficar com ele só para nós. Mas fará sentido? Com soluções como car sharing, car pooling e aluguer, de cinco minutos a cinco anos, talvez não.
Citadino mesmo. E só.
A Citroën vai mostrar este fruto do amor entre um 2CV e um smartphone em Genebra, dentro de algumas semanas.
Para já, revelou que a velocidade máxima deste cubo bilugar é de 45 km/h. Tem uma autonomia de 100 quilómetros e carrega as baterias na sua totalidade em duas horas.
Com 2,5 metros de comprimento, por metro e meio de altura e largura, este será o Citroën mais pequeno de sempre. O seu peso é de 450 kg.
Com estas características, o Ami One poderá ser conduzido a partir dos 14 anos em França. Na maior parte dos países da UE, a partir dos 16 anos.
Interior minimalista
O design do interior apela a uma simplicidade que faz, de facto, lembrar os utilitários de outros tempos. A associação ao 2CV, como utensílio de mobilidade, faz realmente sentido. Nessa perspetiva, o Ami One é um regresso às origens.
O minimalismo no interior mostra também uma preocupação industrial reveladora. Os diversos componentes (bancos, portas, etc..) são totalmente simétricos, podendo ser usados indiferentemente de um lado ou outro.
A marca francesa não admitiu que este projeto passará à grande série, mas conceptualmente, está tudo pronto.
Mobilidade para o povo
Temos quase a certeza de que um produto deste género será essencial, não só para a Citroën como para todos os construtores.
Por isso, é de levar a sério a informação de que este tipo de oferta fará sentido se for acessível. Se ja nos sistemas de aluguer, seja na aquisição.
Esse é o desafio do Grupo PSA: produzir o Ami One e os seus clones Peugeot e Opel em quantidade suficiente para serem baratos…