Inês Souto Gonçalves
Inês Souto Gonçalves
Fundadora e coordenadora do Movimento #sempalhinhas

Deixar de utilizar um objeto tão simples e, frequentemente, tão desnecessário como a palhinha deveria ser fácil. Mas não tem sido esse o caso.

Esperança: o fim antecipado dos plásticos descartáveis

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Após a proibição dos plásticos descartáveis nos serviços e repartições da administração pública (medida aprovada no final do ano passado), celebramos a recente decisão do governo português em antecipar a erradicação dos utensílios de plástico de uso único em supermercados, estabelecimentos de restauração e outros locais públicos já a partir do próximo ano 2020.

Portugal destaca-se deste modo pela positiva na defesa do Planeta e mitigação da poluição marinha, antecipando a directiva europeia que restringe o uso de plásticos de uso único a partir de 2021. 

Quando há 9 meses decidimos avançar com a criação do Movimento #sempalhinhas, tínhamos uma missão muito clara: sensibilizar todos a dizerem não às palhinhas de plástico e a optarem por opções alternativas amigas do ambiente apenas quando essencial. 

Evolução positiva

Ao contactarmos centenas de estabelecimentos (sobretudo restaurantes, cafés e hotéis) em todo o país, observámos uma evolução muito positiva desde que iniciámos o nosso projecto.

De facto, constatámos um crescente número de estabelecimentos e pessoas que já se encontram bastante sensibilizados para o problema do plástico no Planeta e nos Oceanos. Alguns estabelecimentos têm inclusive vindo a deixar de usar palhinhas de plástico por iniciativa própria.

Porém, apesar da crescente sensibilização ambiental para este tema, ainda há muito trabalho a ser feito. Realizar esta mudança com um objeto tão simples e frequentemente tão desnecessário como a palhinha deveria ser fácil.

Infelizmente, na nossa experiência, não tem sido esse o caso.  A crescente sensibilização ambiental nem sempre é suficiente para que a mudança ocorra e, nalguns casos, mesmo quando ocorre, demora muito tempo. 

Por um lado, necessitamos de mudar a forma como pessoalmente consumimos e produzimos lixo. Somos todos responsáveis e todos podemos fazer a diferença através das nossas escolhas.

Por outro lado, torna-se imperativa a intervenção dos Governos e das Organizações Internacionais para possibilitar e acelerar o processo de mudança. 

Cuidar do Planeta é cuidar de toda a Vida que nele habita, incluindo da nossa e da qualidade da mesma. As medidas anunciadas trazem Esperança mas, a meu ver, não serão suficientes para mitigar os problemas do plástico e do lixo do nosso Planeta.

Felizmente, existe um crescente esforço a vários níveis no Bom Caminho.

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