Neste Dia Internacional das Florestas de 2019 ganha relevo o mais recente projeto que a NASA, a agência espacial norte-americana, abraçou.
Trata-se de um sistema de medição de florestas de alta definição, o Global Ecossystem Dynamics Investigation (GEDI).
Em jeito de brincadeira, a NASA até “cola” o nome deste projeto (GEDI) ao dos JEDI da Guerra das Estrelas.
A tecnologia está já a bordo da Estação Espacial Internacional (mais concretamente no módulo japonês da estação) e ajudará os cientistas a avaliar a quantidade de carbono que é armazenada nas florestas.
O GEDI fornecerá
imagens 3D de florestas.
O sistema de imagens a laser, posicionado a cerca de 400 km de altitude, é capaz de calcular o tamanho e a forma de árvores individuais.
Esta tecnologia vai permitir elaborar o primeiro mapa tridimensional do mundo de florestas de clima temperado e tropical.
“Se pudéssemos medir todas as árvores da Terra de maneira consistente, não precisaríamos do GEDI”, refere o professor assistente de geografia da Universidade de Maryland, Duncanson. “Mas, obviamente, não podemos fazer isso”.
As florestas absorvem o dióxido de carbono do aquecimento do planeta que foi libertado na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis. O derrube de árvores não apenas diminui a capacidade de absorção de CO2 do planeta, como se for feito através da queima de mata esse processo é também ele gerador de grandes quantidades de dióxido de carbono para o ar.
Nem todos os países investem os mesmos recursos para medir a capacidade de aprisionamento de carbono por parte das suas florestas, e muitas vezes as medições feitas utilizam métodos diferentes, sendo, por isso, difíceis de comparar. Com o GEDI, Duncanson considera que “haverá dados sobre todos os tipos de floresta no planeta, para que todos possam estudar a sua área de interesse”.
“Combinando com as medições do solo, agora podemos refinar a nossa compreensão do armazenamento de carbono e como é provável que isso mude no resto do século”, diz Thomas Crowther, cientista ambiental do ETH Zurich e chefe do Laboratório Crowther.
Núvens densas criam dificuldades
Trata-se de uma ferramenta de grande utilidade, ainda que complementar ao trabalho de campo, na medida em que, apesar de tudo, não será capaz de penetrar em nuvens densas, pelo que neste tipo de áreas haverá menos (ou nenhuns) dados disponíveis.
Outra limitação é que o GEDI só pode observar florestas entre 51.6° N e 51.6° S, correspondendo ao limite de cobertura da estação espacial. Mas nessa faixa de 51 graus Norte e Sul, o laser pode medir a altura da árvore e mostrar toda a densidade da folhagem e dos ramos.
As suas virtudes são amplas, sendo igualmente proveitoso no mapeamento topográfico.
Todos os dados coletados pelo GEDI serão tornados públicos, para que os cientistas de todo o mundo e das mais variadas áreas de saber possam fazer uso desse manancial de dados.