Foi apresentado ontem mais um operador de scooter elétricas em Lisboa. Chama-se Acciona e já atua em diversas cidades espanholas. Em Madrid, para além das scooter, tem também uma experiência-piloto com trotinetes.

E se começássemos com essa história de serem gratuitas?

Sim, é melhor despacharmos essa parte primeiro, porque é mesmo só até dia 2 de junho que não se paga. É uma fase de lançamento, para incentivar as pessoas a instalar a aplicação da Acciona, criar a sua conta e experimentar o serviço. É um bocadinho como fazer notícias com títulos sugestivos, como o deste artigo….

Então é instalar a app e andar?

Quase. É preciso preencher alguns dados e enviar a documentação. No meu caso, fotografei e enviei o cartão do cidadão, a carta de condução e os dados do cartão de crédito. Mas pode usar-se o passaporte também. As habilitações para conduzir são: carta de condução B e 25 anos ou mais (o meu caso), ter carta B e carta de ciclomotor ou ter 18 anos ou mais e carta de condução para motociclos. Tal deve-se ao facto de que a Scooter da Acciona equivale a uma 125cc e não a uma 50cc, como é o caso, por exemplo, das Eskool usadas pela eCooltra.

Então depois de tratarmos da papelada virtualmente, podemos arrancar?

É preciso aguardar um pouco pela validação. Eu tive a sorte de estar ao pé do Eduardo Antunes, que tem acesso a uma espécie de “God Mode” do back office da Acciona. Na sua infinita generosidade, como convém a quem detém esta espécie de poder, o Eduardo concedeu-me a graça de poder regressar ao escritório já de Scooter. E isto apesar de o Welectric ter chegado atrasado ao evento. Foi muito simpático.

Em condições normais, a validação demora, no máximo, 24 horas. Mas, normalmente, bastante menos.

Ok. E depois o que fazemos?

A seguir temos que encontrar uma das 120 scooter elétricas da Acciona. A área de autorizada é um pouco mais pequena do que a da eCooltra, mas deverá ser progressivamente alargada.

Outra boa notícia é que, após a fase gratuita, serão creditados 30 minutos a todos os utilizadores com registo. É mesmo de aproveitar.

E como é esta scooter?

A Silence, de fabrico espanhol, é um pouco maior e mais pesada do que a Askoll da eCooltra. A grande vantagem é que é mais potente e permite uma velocidade superior a 50 km/h, no seu modo Custom (C). No modo Standard (S) continua limitada a 50 km/h.

Há algumas situações em que poder andar. mais de 50 km/h é vantajoso e até mais seguro. Mas o custo para o utilizador nos diferentes modos é diferente. No modo Standard, a tarifa por minuto é de 26 cêntimos (a mesma que a eCooltra pratica). No modo Custom, passa para 28 cêntimos.

E compensa a diferença?

São só dois cêntimos por minuto… Mas dentro da cidade de Lisboa, o limite é mesmo 50 km/h, pelo que pagar mais para ir em excesso de velocidade não terá muita lógica. Na volta de meia hora foi aparente que o modo Custom não altera as acelerações ou recuperações. Apenas não limita a velocidade da moto, que passa de 50 para 80 km/h, segundo a Acciona. Eu não passei dos 75 km/h, mesmo com a moto com a carga de bateria completa. Mas presumo que, um pouco a descer, deve dar. Todavia, não consegui acompanhar uma Aprilia 50cc, que dava, essa sim, 80 km/h com alguma facilidade.

Mas é uma scooter muito dócil, sobretudo no arranque. Também gostei dos travões. Achei-a pouco complacente em mau piso, mas pareceu sempre ser robusta. Atrás do banco tem o porta-bagagens com dois capacetes. Gostei particularmente da bolsa para levar o telemóvel, no guiador.

Podemos usar uma Acciona em qualquer altura?

O serviço está disponível 20 horas por dia, entre as 6h00 e as 2h00. O período sem serviço é utilizado para substituir as baterias pela equipa de manutenção. Todo este processo é realizado com veículos elétricos.

Mas o serviço de assistência ao utilizador, com um centro de apoio por telefone, funciona 24 horas por dia.

É mesmo importante mais um operador de mobilidade partilhada em Lisboa?

Todos os operadores de mobilidade partilhada com emissões zero locais são bem-vindos, para substituir os meis de transporte cuja operação prejudica a qualidade do ar. Não só a Lisboa, como a todo o país. Desde que começaram a operar, o interesse pela mobilidade elétrica em geral disparou. As pessoas começaram, cada vez mais, a apreciar as vantagens dos veículos elétricos. Isso faz parte do processo de mudança. Começam a utilizar uma moto elétrica ou uma trotinete e começarão a pensar em trocar o seu automóvel com motor de combustão por um VE. A experiência sem grande compromisso que estes operadores proporcionam, para além dos benefícios óbvios no funcionamento da cidade, é também um catalisador da mudança.

Por isso, bem-vinda, Acciona. E votos de muito sucesso por cá.

 

 

 

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