Metade das empresas europeias acredita que, no espaço de dez anos, o dinheiro que circulará será puramente dinheiro virtual. O Relatório da Intrum, empresa de serviços de gestão de créditos da Europa, mostra que 25% de todas as empresas inquiridas acredita que o seu país abandonará o dinheiro físico dentro de cinco anos, enquanto outros 25% acreditam que isso acontecerá no prazo dez anos.

Sobre o EPR 2019

O European Payment Report 2019 é baseado numa pesquisa realizada em 29 países europeus, entre 31 de janeiro e 5 de abril de 2019. Neste relatório, a Intrum reúne dados de um total de 11.856 empresas na Europa, incluindo 418 em Portugal, para obter conhecer e compreender o comportamento de pagamento e a saúde financeira das empresas europeias. A pesquisa foi realizada entre pessoas que têm funções de diretor financeiro, supervisor de crédito ou similar.

Ao todo, foram inquiridas 11.856 empresas.

Questionadas sobre as consequências de uma economia sem dinheiro, mais de metade das empresas temem uma maior exposição a ataques cibernéticos, enquanto um terço pensa que tornaria as rotinas de pagamento e a contabilidade mais eficientes.

País por país, a Grécia é o local onde a maioria das empresas (66%) acredita que uma sociedade sem dinheiro físico vai acontecer dentro de dez anos.

Na Irlanda, Roménia, Suécia e Bélgica, seis em cada dez empresas acredita que isso acontecerá em breve.

Na República Checa, Eslováquia, Hungria, Polónia, Estónia e Lituânia, duas em cada três empresas dizem que isso só acontecerá mais tarde ou mesmo nunca.

Na cauda deste inquérito, está a Sérvia onde apenas 18% considera que o seu país vai ficar sem dinheiro físico em dez anos.

E Portugal?

Em Portugal, quando inquiridos sobre a possibilidade de uma sociedade sem dinheiro físico nos próximos dois anos, os gestores portugueses estão muito alinhados com os seus homólogos europeus. Apenas 6% afirma que nos próximos dois anos o dinheiro físico vai deixar de ser utilizado, enquanto a média europeia sobe para 7%. Quando esta reflexão tem uma perspetiva temporal mais alargada (5 anos), Portugal e a Europa divergem substancialmente, ficando Portugal nos 10% e a Europa nos 17%.

Para Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum Portugal, “uma sociedade sem dinheiro implica que todas as transações são digitais, com novas possibilidades de comprar a crédito como uma consequência provável. Numa economia em que o crédito está a tornar-se cada vez mais essencial, será necessário que as empresas façam uma avaliação mais criteriosa na concessão de crédito a fim de evitar a perda de receitas”.

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