O mau estacionamento das trotinetes por parte dos utilizadores tem sido, praticamente, desde o início um aspeto alvo de reparos e o facto é que essa situação tem levado as autoridades a atuar.

De acordo com a dados avançados à agência Lusa pela autarquia da capital, a Polícia Municipal de Lisboa cobrou 17.145 euros em coimas por trotinetes mal estacionadas, entre fevereiro e o início de junho.

O Código da Estrada prevê que a multa a cobrar nos casos de estacionamento indevido tem o valor mínimo de 30 euros, sendo reduzida para metade no caso de velocípedes, como é o caso das trotinetes e das bicicletas.

As coimas são passadas aos utilizadores se forem apanhados em flagrante, mas o que, na prática sucede, é que, como quase nunca um agente policial presencia um estacionamento indevido, a multa acaba por seguir para cada operador, sendo aplicada por unidade (por veículo). Desconhece-se se as empresas estão a tentar reaver o valor da coima junto dos utilizadores que sejam identificados, por via da aplicação.

“A verificação das infrações detetadas tem sido, habitualmente, ao estacionamento em cima do passeio – zona pedonal – e fora do local destinado para o efeito”, explica a Câmara Municipal de Lisboa à Lusa.

“Zonas vermelhas”

A autarquia refere que a criação de “zonas vermelhas”, interditas ao estacionamento de trotinetes, tem permitido reduzir o número de estacionamentos indevidos deste tipo de veículos. É o caso das zonas histórica, como Terreiro do Paço, Bairro Alto, Praça do Marquês de Pombal, Colina de Alfama, Castelo de São Jorge e Jardim da Estrela estão vedadas ao estacionamento quer de trotinetes, quer de bicicletas, os chamados modos sustentáveis de transporte. Ou seja, teoricamente, um utilizador não pode efetuar “log out” da sua trotinete numa destas áreas.

De acordo com o município de Lisboa, à data, existem seis mil trotinetes partilhadas que realizam cerca de 13 mil viagens por dia.

390 mil viagens por mês

Desde que estas empresas de micromobilidade entraram em Lisboa, em outubro de 2018, realizaram-se cerca de 390 mil viagens por mês e cerca de três milhões de viagens em oito meses.

Segundo a agência Lusa, a autarquia da capital reúne regularmente com estes novos operadores, com o intuito de procurar “criar condições para potenciar a sua atividade e corrigir o que for necessário”.

Paris, que está também confrontada com a anarquia do estacionamento de trotinetes, decidiu proibir o estacionamento de trotinetes nos passeios e diminuir o número de operadores na cidade – na capital francesa estima-se que haja 20 mil trotinetes pertencentes a doze empresas.

“A utilização e o estacionamento destes novos modos de transporte obedecem a regras e os utilizadores devem respeitá-las, tal como devem respeitar os outros utentes da via de forma a garantir a segurança de todos”, afirma fonte do município.

Para tentar solucionar o problema do estacionamento anárquico de trotinetes, a Câmara de Lisboa criou infraestruturas específicas, “hotspots” identificados com um autocolante no pavimento.

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