A Fundação Calouste Gulbenkian já tinha anunciado a decisão de alienar os investimentos nos combustíveis fósseis devido a “uma nova matriz energética e os seus objetivos em prol da sustentabilidade”.
A PTTEP é uma empresa pública, cotada na Bolsa da Tailândia, que integra os índices Dow Jones Sustainability. A operar desde 1985, tem 46 projetos petrolíferos em 12 países espalhados pelo mundo.A PTTEP compromete-se a manter a gestão e restantes colaboradores da empresa, bem como o escritório em Lisboa segundo os termos acordados para a transação. A PTTEP compromete-se ainda a manter a marca Partex.
Agora, chegou o momento de concretizar a intenção.
A Fundação Calouste Gulbenkian, liderada por Isabel Mota, assinou formalmente um acordo para a venda da Partex, que detinha há 60 anos, com a PTT Exploration and Production (PTTEP), empresa pública tailandesa de exploração e produção de petróleo.
A operação terá um valor de 622 milhões de dólares (cerca de 555 milhões de euros), sujeita aos ajustes habituais nestas transações. O acordo seguirá agora o habitual processo de autorizações, que deverá estar concluído até final do ano.
A Partex representava, presentemente, cerca de 18 a 20% dos rendimentos da Fundação Gulbenkian.
Em 2018, o Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian decidiu unanimemente desinvestir na área do petróleo e gás, acompanhando, aliás, o movimento internacional seguido por outras fundações. Isabel Mota, Presidente do Conselho de Administração da Fundação, refere que “esta transação marca uma reconfiguração da base de ativos da Fundação que é investido com o objetivo principal de obter um rendimento atrativo a longo prazo. A recomposição reforçará a diversidade dos seus investimentos e impacto social, em linha com a natureza filantrópica das suas atividades”.
Nesta operação, a Fundação teve como consultores a Jefferies International Limited, a Linklaters e a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados.