A Volvo pretende que, pelo ano 2025, cerca de metade dos seus automóveis produzidos e vendidos sejam elétricos.

E enquanto não chega o primeiro 100% elétrico do construtor sueco (que será o SUV compacto XC40), a disponibilização de variantes eletrificadas plug-in na atualidade faz já parte deste caminho rumo a uma mobilidade mais sustentável.

Nos concessionários, a gama de modelos plug-in da Volvo é, no presente, composta por cinco propostas: XC90, V90, S90, XC60 e V60. Muito em breve, o XC40 juntar-se-á a estes automóveis.

Depois de termos testado no Welectric o S90 PHEV, fomos, desta feita, experimentar o modelo que dá, por enquanto, acesso às motorizações Twin Engine T8 da marca sueca, o V60, uma espécie de “V90 à escala” cujo design causa impacto sempre que se circula ou se chega a qualquer lado.

É, claramente, uma carrinha com elegância e estilo, atributos reforçados com as jantes de 18’’ que equipavam o modelo que tivemos à disposição (10 multi raios preto, lapidado a diamante).

A V60 mede menos 17,5 cm de comprimento do que a V90.

Tendo por base a plataforma SPA (Scalable Product Architecture), utilizada nos modelos da Série 90 e no novo XC60, a carrinha V60 Plug in Hybrid recorre à já comprovada fórmula dos T8 da marca, ao conjugar um motor de dois litros a gasolina, com turbocompressor, com um motor elétrico.

Também aqui a potência máxima combinada de 390 cv e um binário de 640 Nm permitem que, a qualquer instante, mediante a vontade do condutor, esta carrinha mude de semblante, deixando de lado um mais pacato registo de veículo familiar para assumir uma atitude mais incisiva e garantir um ritmo “vivace” numa recuperação, sempre importante para efetuar uma ultrapassagem em perfeita segurança. E nem é preciso necessariamente ter selecionado o modo “Power”.

0-100 km/h em 5,1 segundos.

A transmissão automática de oito velocidades Geartronic é um elemento relevante do conjunto, pois coloca no pavimento a potência de uma forma eficaz, discernindo com competência a relação correta a engrenar. Em situações em que urge ser rápido, a Geartronic puxa dos seus galões, enquanto em andamentos comedidos ou em cidade, a tónica é colocada na suavidade das passagens de caixa.

Quantos quilómetros a rolar apenas a eletricidade?

A nossa expectativa maior neste contacto residia em perceber quantos quilómetros conseguiríamos ou poderíamos fazer em modo integralmente elétrico, beneficiando do facto de ser um híbrido plug-in.

Com uma condução cuidada (sem exageros nas acelerações e aplicando as regras da condução defensiva, como seja levantar o pé do acelerador de forma antecipada quando o trânsito está parado uns metros à frente, em vez de manter a aceleração até quase ao fim para travar apenas em “cima do acontecimento”), sem ser lenta (e mantendo o ar condicionado e rádio ligados) conseguimos 45 km de autonomia em modo puramente elétrico. A marca anuncia, no ciclo de medições WLTP, 54 km de autonomia em modo puramente elétrico, pelo que a nossa prestação deixou-nos com boa impressão acerca das capacidades do modelo.

fizemos 45 km em modo elétrico

É a prova de que, para quem tenha condições de carregamento (em casa ou no trabalho), um PHEV é uma solução muito séria, pois garante que um utilizador possa circular diariamente sem gastar gasolina e ir apenas a um posto de abastecimento quando necessitar de fazer viagens maiores.

Sabia que…
… vários estudos referem que 80% dos condutores percorrem distâncias inferiores a 50 km nos movimentos diários pendulares (casa-trabalho-casa)?

No nosso caso, foram 45 km em que do depósito de 60 litros de gasolina não saiu uma gota de combustível, com o consumo médio do computador de bordo a assinalar, por isso, uma média de sonho de 0 l/100 km.

É claro que com o fim da eletricidade nas baterias e sem que tenhamos posto a V60 novamente à carga, o bloco de quatro cilindros começou a trabalhar e, naturalmente, o consumo alterou-se.

A nossa média de consumo

No final do nosso “test drive”, a média de consumo nivelou-se nos 6,9 l/100 km. Atendendo a que se trata de um 2.0 litros, com 390 cv e de estarmos perante um modelo com tração integral (em que o motor a gasolina se encarrega do eixo dianteiro e o motor elétrico trata do eixo posterior) e 2320 kg de peso, consideramos que é um consumo bom.

As baterias de iões de lítio podem ser carregadas entre 3 a 7 horas, dependendo da amperagem da ligação, de 6A, 10A ou 16A.

Com um pé direito mais pesado, conte em acrescentar um litro à média do consumo que obtivemos.

Qualidade percecionada elevada

O habitáculo replica a bem conseguida solução de design que a marca introduziu quando, em 2015, lançou a segunda geração do XC90.

Ali tudo é sóbrio e elegante. No ponto.

O V60 está bem construído, inspira solidez e a qualidade percecionada é elevada, com os vários elementos interiores forrados de pele a tornarem o conforto visual ainda maior.

Tejadilho panorâmico elétrico

O facto da unidade que tivemos à disposição ter um tejadilho panorâmico elétrico (1568 euros de opcional) tornou a experiência a bordo mais luminosa.

O amplo ecrã tátil de 9” ao centro do tablier é atrativo, combinando com um sistema de infotainment muito intuitivo.

Um item que vale enfatizar: a fonte/tipo da letra que a Volvo escolhe para apresentar ao condutor todo o género de informação continua a ser dos mais bem conseguidos e dos mais agradáveis à vista da indústria. É um detalhe, mas revela o bom gosto do toque escandinavo.

Nível de equipamento Inscription

No contacto feito, tivemos em mãos o nível de equipamento Inscription. Itens de série: Ar condicionado automático de 2 zonas CleanZone, Sensor de humidade, Fecho centralizado com comando remoto em couro, Painel de instrumento digital de 12,3″, 5 lugares, Estofos em couro, Banco do condutor ajustável eletricamente com memória, Banco do passageiro com regulação manual, Apoio lombar elétrico de 4 vias, Volante em couro, Espelhos retrovisores exteriores e interior anti-encandeamento, Kit de reparação de furos, Portão da bagageira elétrico, Tomada de 12V na bagageira, Molduras das janelas em cromado, Espelhos retrovisores exteriores rebatíveis, Faróis de LED Mid, Limitador de velocidade, Collision Mitigation Support frente, Lane Keeping Aid, Sensores de ajuda ao estacionamento atrás, Definições do modo de condução, Hill start assist, Sensor de chuva, Airbags dianteiros, Airbag SIPS, Airbags de cortina, Bancos dianteiros com proteção Whiplash, Desativação do airbag do passageiro, Isofix – bancos traseiros laterais, Audio High Performance, 2 conexões USB, Bluetooth, Sistema de navegação, Volvo On Call, Smartphone integration com USB HUB (iPhone & Android).

Bastante espaço

A posição de condução é boa, o volante é ergonómico, os bancos confortáveis e o espaço não falta, à frente, atrás e na bagageira (529 litros). Mesmo com a “bossa” do túnel de transmissão a invadir a secção traseira da carrinha, a habitabilidade para uma terceira pessoa que viaje atrás não é impeditiva de uma viagem relaxada.

Sendo esta uma viatura para desfrutar com conforto (o ajuste da suspensão para isso contribui nesta configuração de equipamento), uma característica a realçar é a constante suavidade do rolamento e a insonorização do modelo, mesmo quando é o propulsor de combustão interna que está a locomover os ocupantes.

Em síntese: uma das imagens de marca da Volvo são as carrinhas e esta V60 com a motorização PHEV alia a versatilidade e a tradição das stations wagons suecas com a preocupação ambiental.

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