Com o recente mediatismo em torno do desafio da redução do plástico, as marcas enfrentam novos desafios para conseguir corresponder às expectativas do consumidor.
No primeiro “Brandstorming”, promovido pela Superbrands, a temática “O fim do plástico: uma solução, uma moda ou uma inevitabilidade?” esteve em foco, juntando marcas de diferentes setores para analisar de que forma encaram o futuro, com a pressão de oferecer alternativas ao plástico, mantendo a qualidade dos seus produtos, mas correspondendo também aos níveis de conforto, segurança e higiene a que os consumidores estão habituados.
“Foi um debate bastante interessante que realçou o enorme desafio que se coloca às marcas em contornar este tema, presente em tantos aspetos da nossa vida. Apesar dos desafios, estas marcas são excelentes exemplos de como a indústria e a iniciativa privada tem vindo a tomar a dianteira em tantas matérias – e nesta também – procurando inovar diariamente” – Pedro Diogo Vaz, senior partner da Superbrands.
Presentes no debate estiveram marcas como a Coca-Cola, Delta, Lidl e Centromarca que, apesar de operarem em setores diferentes, concordam em vários pontos, entre eles a sensibilização do consumidor. “Há muito trabalho educacional que tem de ser feito e as marcas têm obrigações neste ponto”, diz Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca.
“O que o cliente final faz com o plástico é um comportamento crítico que procuramos auxiliar com sensibilização para o encaminhamento correto dos produtos. Nas nossas redes sociais este tema tem mais engagement, mas no ponto de venda ainda temos desafios”, acrescenta Inês Mena, responsável pelo departamento de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade do Lidl Portugal, empresa de retalho que lançou recentemente sacos de ráfia biodegradáveis para acabar com o uso de sacos de plástico, que pretende erradicar das lojas até ao final do ano.
Objetivo: 50% de PET reciclado na Coca-Cola
Por seu lado, Márcio Cruz, diretor de relações públicas, comunicação e sustentabilidade da Coca-Cola, entende que “as embalagens PET não são um lixo, são um luxo. O caminho é longo e temos como objetivo passar de 30% de embalagens feitas com PET reciclado para os 50% até 2025. São metas ambiciosas e sabemos que temos de ser rápidos, mas acreditamos que atingiremos este objetivo ainda antes desta data, sendo que já temos marcas com embalagens 100% PET reciclado”.
A caminho da 15ª edição em Portugal, a Superbrands procura não só distinguir as marcas favoritas dos portugueses mas também que as suas ações e boas práticas possam servir de inspiração a outras marcas e aos consumidores. Foi desta visão que nasceram os Brandstormings, que se repetirão ainda noutras edições, antes da gala Superbrands deste ano.
Também a marca portuguesa de cafés Delta tem procurado opções mais sustentáveis, como a recente cápsula biodegradável, ainda que assuma que haja ainda um longo caminho a percorrer: “Esta cápsula é uma boa solução, mas não é a solução para todos os problemas. Por exemplo, ao contrário das cápsulas normais – que têm uma validade de 15 meses – estas têm uma validade de 90 dias. Nem todos os consumidores estão disponíveis para prescindir da conveniência e conforto deste aspeto, por exemplo”, explicou Rita Duarte, diretora da unidade de negócio da Delta.