Um recente estudo realizado pela Jato Dynamics constatou que não foram apens os automóveis com motores de combustão a serem afetados pelo novo regulamento de medições WLTP. A partir de 1 de setembro de 2019, todos os BEV tiveram também que ser re-homologados segundo o método WLTP e a conclusão a que os analistas chegam é que as autonomias anunciadas também saíram a perder com esta mudança.

A chegada do novo método WLTP teve um impacto na autonomia dos EV, na bateria (kWh) e no preço.

Neste estudo, a Jato comparou dados antigos do NEDC com os novos dados WLTP para o mercado holandês, que é um dos mercados de BEV mais importantes da Europa.
A consultora analisou 23 versões BEV com um valor NEDC e outro WLTP.

Impacto na autonomia

O alcance em quilómetros das 23 versões, medidas através do NEDC, foi em média de 370,80 km. Para as mesmas versões, o alcance é de 343,35 km, quando medido em WLTP. Ou seja, uma diferença de menos 27,45 km.

Bateria

Os analistas da Jato verificaram que, com a transição para o WLTP, houve também um ajuste do lado dos construtores ao nível das baterias. Quando olhamos para o kWh, vemos que o kWh médio aumentou 5,6 (48,05 na era NEDC vs. 53,6 com o WLTP).

“A nova homologação WLTP teve um grande impacto na gama de BEV em comparação com a antiga homologação NEDC. Quando olhamos apenas para o alcance, vemos 27,45 km como uma queda média no alcance”, conclui a Jato que acrescenta: “Se olharmos apenas para os carros sem bateria atualizada (13 versões), vemos uma queda de 80,45 km, o que representa uma perda de 17,78%”.

Preço

Este ajuste para cima dos kWh das baterias levou a que o preço médio dos BEV tenha aumentado em 1625,76 euros por versão, no mercado holandês.

Nos casos em que a bateria não mudou, o aumento médio do preço foi de 1029,09 euros, ao passo que quando a versão analisada passou a apresentar uma bateria de maior capacidade, o preço médio aumentou em 2355,02 euros.

Diferenças por marca

Analisando por marca o impacto da norma de medições WLTP, a Jato conclui que a maioria das marcas acabou por exibir uma autonomia menor devido à re-homologação do WLTP.

Hyundai, Volkswagen e BMW mostram um aumento no alcance, o qual pode ser facilmente associado ao aumento da capacidade da bateria.

Quando olhamos para os automóveis que não receberam baterias maiores, verifica-se as seguintes variações:

O alcance médio caiu 80,45 km quando a bateria não foi atualizada.

No gráfico abaixo, a Jato colocou lado a lado as informações sobre dois carros, embora sem os nomear: um que recebeu uma bateria atualizada e outro que não recebeu uma nova bateria. Os resultados mostram que o veículo em causa com uma bateria atualizada aumentou, em média, a autonomia em 37,33 km. O que manteve a bateria perdeu 80 km no alcance.

De acordo com a Jato, estas foram as diferenças na autonomia (em quilómetros) em modelos que receberam baterias maiores.

Por seu lado, estas foram as diferenças na autonomia (em quilómetros) em modelos que não receberam baterias maiores.

 

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