O estudo “Motorizações 2.0” efetuado pela LeasePlan com o intuito de identificar qual será a competitividade de custos dos veículos eletrificados face as motorizações convencionais e a aceitação que o mercado das frotas está a ter às propostas elétricas concluiu que a mobilidade elétrica começa a ganhar alguma maturidade.

Comparando com a 1ª edição do mesmo estudo “Motorizações: qual a mais eficiente?”, em que foram analisados os mesmos segmentos e quilometragens, a LeasePlan verifica que se assiste a um ganho de competitividade assinalável das propulsões 100% elétricas em muitos segmentos e, para vários perfis de quilometragem, em particular no segmento dos utilitários, “muito alavancado pela clara aposta dos construtores automóveis em versões elétricas das suas opções citadinas”, diz a empresa gestora de frotas.

O estudo “Motorizações” é anual e é feito junto de empresas com frotas entre 75 a 200 veículos.

“Considerando que os 8 segmentos do estudo representam 86% da frota do mercado de renting (utilitário, pequeno familiar SUV, pequeno familiar generalista, pequeno familiar premium, médio familiar generalista, médio familiar premium, grande familiar e pequeno furgão), constatamos que os ganhos de competitividade dos veículos elétricos e plug-in aumentaram comparativamente ao estudo do ano passado”, declara a LeasePlan.

65% dos veículos eletrificados tem um TCO mais baixo do que os veículos a combustão, um ganho de 12 pontos percentuais face a 2018

Se tivermos em conta a quilometragem mais escolhida pelas empresas (30.000 km/ano), juntamente com o peso relativo de cada segmento nas frotas, passámos de uma situação de 53% de perfis de utilização em que o veículo eletrificado exibia um TCO inferior aos restantes em 2018, para os atuais 65% em 2019, um acréscimo de 12 pontos percentuais em apenas um ano.

A procura por veículos eletrificados tem-se intensificado ao longo dos anos, no entanto, mesmo havendo crescimento, a taxa de penetração dos veículos eletrificados globalmente é de apenas 2,2%. Portugal apresenta taxas de penetração de 3,3%, acima da taxa europeia (1,8%).

Na análise deste ano, a propulsão Diesel deixa de ser competitiva no segmento dos utilitários, “e perdeu quota de 2018 para cá, quando no ano passado era a mais competitiva em 5 dos 7 perfis de utilização considerados”, afirmam estes especialistas.

Uma outra análise relevante para as frotas é perceber onde estão as principais diferenças de custos entre um veículo a gasóleo e um 100% elétrico.

“Assim, o que se percebe e conclui é que, globalmente, os custos de utilização de um veículo 100% elétrico são na verdade mais baixos do que os de um veículo Diesel equivalente. A competitividade do veículo elétrico face ao Diesel está alicerçada em 3 componentes muito importantes do TCO (ou custo total de utilização): impostos, custos de energia e custos com a manutenção”, clarifica a LeasePlan.

Renting tem sido um driver para a transição elétrica

Segundo a LeasePlan, o mercado de renting nacional tem exibido um crescimento de veículos eletrificados mais rápido do que o registado pelo mercado português como um todo e, neste sentido, o renting tem sido um driver para a transição elétrica. “Podemos constatar também que nos últimos 3 anos, o renting tem privilegiado os veículos 100% elétricos, enquanto no mercado nacional os híbridos plug-in têm tido a preferência dos consumidores”, explica a gestora de frotas. “Há um aspeto relevante que é o facto das conclusões do estudo diferirem quando se analisa as grandes empresas em comparação com as pequenas e médias empresas, onde a transição para a eletrificação é mais favorável já que nestas não existe grande elasticidade nos descontos das marcas e a competitividade dos elétricos ganha assim mais relevo”, refere Pedro Pessoa, diretor comercial da LeasePlan.

 

Principais conclusões do estudo por segmento

No segmento dos Utilitários, a oferta a gasolina é a mais competitiva até aos 25.000 km/ano. Dos 25.000 km/ano para cima, a oferta mais competitiva deixa de ser a propulsão Diesel e passa a ser a propulsão elétrica. “Na quilometragem mais habitual das frotas (30.000 km/ano), o modelo elétrico apresenta um TCO 5% mais competitivo que a propulsão seguinte (híbrida)”, salienta a LeasePlan. Neste segmento continua a não existir oferta de modelos híbridos plug-in.

Utilitários

 

No segmento de maior crescimento de todo o setor automóvel – Pequeno Familiar SUV – a oferta de soluções é completa, desde motores 100% elétricos a motores a combustão. Na análise do TCO mensal, a versão gasolina é a opção mais vantajosa para quilometragens inferiores a 15.000 km/ano e a partir desse ponto o Diesel é a opção mais económica.

Pequeno Familiar SUV

 

O segmento dos Pequenos Familiares Generalistas também dispõe de uma oferta de propulsões completa. Tal como em 2018, a solução a gasolina é a mais vantajosa até aos 15.000 km/ano; nos 20.000 km/ano estamos num ponto em que se verifica um equilíbrio de três soluções (gasolina/Diesel/elétrico). Acima dos 20.000 km/ano o modelo elétrico exibe os menores custos totais de utilização.

Pequenos Familiares Generalistas

 

A oferta de propulsões para o segmento dos Pequenos Familiares Premium também é completa. Se em 2018 a versão a gasolina era a mais competitiva até aos 30.000 km/ano, este ano a versão Diesel é a mais vantajosa. De facto, com base na análise quilométrica, a solução gasolina é a mais competitiva para os 10.000 km/ano, acima desta quilometragem e até 35.000 km/ano o veículo Diesel é o mais competitivo e a partir dai o elétrico tem o melhor custo total de utilização.

Pequenos Familiares Premium

 

No segmento Médio Familiar, que também dispõe de uma gama completa de propulsões, na análise quilométrica o veículo elétrico é o mais competitivo, exceto para quilometragens entre os 10.000 km/ano e os 20.000 km/ano, onde a versão a gasolina se apresenta como a mais competitiva. Acima dos 25.000 km/ano, os modelos eletrificados são os mais competitivos, com vantagem para os 100% elétricos.

Médio Familiar

 

No segmento Médio Familiar Premium, independentemente da quilometragem, as versões 100% elétrica e plug-in são as mais competitivas. Na quilometragem mais habitual para as frotas (30.000 km/ano), a diferença de TCO da versão Diesel para a versão elétrica são 19% ou 188 euros mensais.

Médio Familiar Premium

 

No segmento Grande Familiar Premium a versão plug-in a Diesel é a mais económica face a todas as outras motorizações e também para todas as outras quilometragens.

Grande Familiar Premium

 

O segmento dos Pequenos Furgões não dispõe de soluções híbridas e híbridas plug-in, permanecendo o veículo Diesel como o mais competitivo para todas as quilometragens.

Comerciais/Pequenos furgões

Fiscalidade verde trouxe competitividade

Um dos fatores que mais tem afetado a procura por veículos eletrificados no mundo inteiro é o conjunto de incentivos governamentais para a transição elétrica. Para além dos apoios na compra, os governos também podem desenvolver políticas fiscais que discriminem os veículos eletrificados de forma positiva, sendo esse o caso português, “embora com realidades diferentes para particulares e empresas”, comenta Pedro Pessoa, que acrescenta ainda que “para que a transição seja feita nos particulares, constatamos que o incentivo fiscal às empresas pode ser algo a considerar para este mercado também”. Nesse sentido, do ponto de vista do custo, a fiscalidade verde trouxe competitividade aos veículos 100% elétricos e aos híbridos plug-in.

Este quadro elaborado pela LeasePlan sintetiza as conclusões da gestora de frotas:

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