Decorreu recentemente, no Brasil, o Festival SESI de Robótica. O evento serviu para se apresentarem projetos associados ao conceito “Cidades Inteligentes e a Sociedade do Futuro”.

As propostas lançadas durante esta competição são da responsabilidade de alunos oriundos de várias escolas espalhadas por todo o Brasil. O evento é aberto ao público que tem assim oportunidade de assistir à competição entre participantes e marcar presença em demonstrações e workshops sobre educação e robótica.

Os responsáveis pelos melhores projetos do Festival SESI de Robótica terão oportunidade de evidenciar o potencial das suas ideias no estrangeiro. Mais concretamente nos campeonatos da Austrália, Estados Unidos da América e Grécia.

Impulsionar a autonomia de pessoas com limitações físicas

Um dos projetos apresentados no Festival SESI foi desenvolvido com base nas dificuldades enfrentadas pelas pessoas com problemas de locomoção. Trata-se de um mecanismo que reforçará a privacidade e segurança destas pessoas numa ida à casa de banho, por exemplo. De que forma? No caso das pessoas com incapacidades nos membros superiores, esta ferramenta fará o reconhecimento facial assim que a pessoa se aproximar da porta da casa de banho. Quando o utilizador apresenta limitações psíquicas o dispositivo alertará os seus educadores caso este tranque a porta.

No mesmo registo, foi também apresentado um sistema que ajudará os idosos e as pessoas em cadeira de rodas a atravessar a estrada em segurança. Este mecanismo será capaz de reconhecer as pessoas com dificuldades de locumoção. Com essa informação, a este novo sistema programa os semáforos de forma a que estas pessoas tenham tempo de atravessar a estrada em segurança. Trata-se de um sistema autônomo ao nível da produção de energia.

Aumentar a durabilidade dos prédios

Outro grupo de alunos, com idades compreendidas entre os 13 e os 16 anos, decidiu desenvolver um projeto em torno de edifícios. Surgiu assim uma ferramenta que servirá para solucionar problemas como corrosão, fissuras, rachaduras e infiltrações. Muitas das vezes, estas degradações são resultados de erros na dosagem de água durante o processo de edificação dos prédios. Associado à plataforma de prototipagem eletrónica, Arduino, o novo dispositivo irá corrigir este tipo de falhas exatamente durante o planeamento das construções.  O potencial desta ideia está a começar a ser reconhecido. O próximo passo é testar e comprovar a eficácia deste projeto, e assim que isso for concretizado os autores vão patentear a sua criação. Além disso, o grupo já foi convidado a testar o projeto nas instalações da escola onde estudam.

Reduzir a conta da eletricidade a partir do telhado

E se através do seu telhado conseguisse reduzir a fatura da eletricidade? Principalmente no verão, quando esta tem tendência a ser mais alta devido à utilização de ventiladores e ar condicionado. Durante o evento foi proposto um sistema que, quando instalado nos telhados, ajuda a absorver o calor. Desta forma é possível reduzir a temperatura dos ambientes até 8ºC. Além disso, o mecanismo ajuda a amenizar possíveis ruídos do exterior e a regular os níveis de poluição atmosférica.

Asfalto ecológico

Propôs-se também a utilização dos bagos das canas-de-açúcar na produção de uma alternativa ao tradicional asfalto. A ideia é, acima de tudo, reforçar a qualidade do asfalto de força ecológica. A pasta feita à base de cana de açúcar serviria para fechar eventuais rachadelas antes de estas chegarem a ser buracos de grandes dimensões.

Estacionamento à distância de um clique

Quão facilitado ficaria o dia-a-dia dos condutores se uma aplicação lhe dissesse onde estão lugares de estacionamento disponíveis? Muito, não é?  Uma das sugestões levadas ao Festival foi um aplicativo que localiza, em tempo real, todos os lugares de estacionamento, estejam livres ou ocupados. Como vantagens o grupo destacou o tempo que os utilizadores iriam poupar na procura de um lugar para deixar o carro. Além disso alegaram que se iria verificar uma diminuição do congestionamento das ruas graças ao contributo deste aplicativo.

Ajudará a borracha a preservar monumentos históricos?

As estátuas e esculturas expostas ao ar livre vão-se degradando com o passar do tempo. As principais causas para esse desgaste são, normalmente, as condições meteorológicas adversas e a incorreta ação humana. Mas já há uma ideia de como se pode garantir a preservação deste património cultural num futuro próximo. Da autoria de participantes com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos, o plano é “forrar” os monumentos históricos com uma resistente e removível película de borracha. O produto seria aplicado no estado líquido e ajudaria a proteger as estátuas das agressões a que são sujeitas regularmente.

 

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