Com os construtores de automóveis a precisar de cumprir as metas de CO2 da UE, as vendas de veículos elétricos estão a crescer na Europa, tendo subido 80% no último trimestre de 2019 e atingido uma penetração de mercado de 4,4% no quarto trimestre de 2019.

Vendas de veículos elétricos por trimestre. Fonte: T&E/Associação Zero

A Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E) analisou as estatísticas, apurando que, enquanto o mercado automóvel caiu 25,6% durante o primeiro trimestre de 2020, verificaram-se vendas recorde de carros elétricos.

Em março, a França alcançou 12% de participação no mercado para veículos elétricos, quatro vezes mais que no mesmo mês do ano passado, a Alemanha atingiu 9,2% e o Reino Unido, 7,3%.

No primeiro trimestre de 2020, Portugal aumentou em 57%as vendas de veículos elétricos (100% elétricos e híbridos plug-in) em relação ao período homólogo de 2019, tendo-se vendido 4777 automóveis elétricos, das quais 2676 unidades 100% elétricas. “Isso prova que os investimentos em carros elétricos e os planos de produção de veículos elétricos impulsionados pelos limites de CO2 da UE estavam a começar a dar frutos”, considera a associação Zero, membro da T&E.

Produção de EV sofrerá menos

“Entretanto chegou a crise da COVID-19. Confinou as pessoas em casa em toda a Europa, interrompeu as cadeias de fornecimento e forçou o encerramento temporário de fábricas, afetando a produção e o emprego. A produção de veículos elétricos provavelmente sofrerá menos do que os veículos convencionais, já que a maioria dos construtores planeou um aumento na produção de veículos elétricos para a segunda metade de 2020, com muitos novos modelos de veículos elétricos a entrar em produção somente após julho”, perspetiva Francisco Ferreira, presidente da associação Zero.

Planos de produção de viaturas elétricas para o terceiro e quarto trimestre na Europa. Fonte: T&E/Associação Zero

Para os ambientalistas, agora que as medidas de recuperação estão a ser implementadas na Europa, “elas devem garantir que os construtores dão prioridade ao fabrico de veículos elétricos, ou seja, devendo os governos dar garantias de empréstimo e suporte à liquidez visando fundamentalmente tecnologias de emissão zero”.

Segundo a T&E, como os padrões de CO2 da UE são calculados pela média das vendas, o número de automóveis vendidos não afetará o cumprimento dos padrões de CO2 pela indústria automóvel e o declínio no volume de vendas em geral precisará de menos veículos elétricos para atingir as metas.

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