Ter luz onde não há eletricidade é possível. E é com este propósito que tem vindo a ser desenvolvido o “Projeto LLESA” (Luminária LED Solar Autónoma), um projeto de investigação e desenvolvimento tecnológico que tem como finalidade iluminar regiões onde a rede pública de iluminação é inexistente ou apresenta níveis de implementação e qualidade deficitários.

Esta luminária LED utiliza o Sol como fonte de energia exclusiva, dispensando totalmente a rede elétrica. A luminária incorpora ainda um sistema de gestão inteligente que otimiza a captação da energia solar e regula o fluxo luminoso.

Por trás desta solução inteligente está a empresa portuguesa Arquiled que desenvolveu esta luminária, que está a ser testada em Portugal (em Mora) e na Colômbia, como um modelo a ser aplicado em zonas onde a infraestrutura de rede elétrica é escassa ou praticamente nula e que possuem grande exposição solar durante todo o ano.

O Sol em exclusivo como fonte de energia renovável e limpa na iluminação pública

Trata-se de uma luminária com um design totalmente integrado em monobloco, cuja energia elétrica é produzida pelos painéis fotovoltaicos e armazenada em baterias de hidróxido de NI-Co (batería de hidróxido de Ni-Co hidratado), para posterior utilização. Para além de resistir a temperaturas elevadas, este produto é de instalação fácil, não necessitando de manutenção.

De acordo com Miguel Allen Lima, CEO da Arquiled, “para além do desafio tecnológico por trás de uma luminária deste tipo, como o desenvolvimento dum algoritmo de gestão da carga da bateria, há também a componente de responsabilidade social, dado que a aplicação deste modelo, em monobloco, destina-se a zonas carenciadas, razão, pela qual o preço-alvo é bastante baixo, por forma a ser acessível a economias emergentes”.

no final do ano/início de 2021, a Arquiled terá um novo produto para lançar nos diferentes mercados.

O protótipo da luminária foi especificamente concebido para latitudes mais tropicais, mas agora a Arquiled pretende desenvolver um produto global que se adeque a qualquer geografia.

A Arquiled está, assim, a trabalhar num produto que pode ser usado em todas as latitudes, mantendo o princípio de que a fonte de energia continua a ser o sol.

A empresa acredita que no final do ano/inicio de 2021 terá este novo produto para lançar nos diferentes mercados.

Colaboração de duas entidades de ensino superior

A viabilização deste protótipo contou ainda com a colaboração de duas entidades do ensino superior – o Instituto Superior Técnico e a Escuela Colombiana de Ingeniería Julio Garavito, ambas especializadas na vertente de engenharia.

A colaboração da docente Fátima Montemor do Instituto Superior Técnico foi no desenvolvimento da tecnologia de baterias, apoiando, testando e selecionando baterias, assim como o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas nesse campo.

Por seu turno a colaboração com a Escuela Colombiana de Ingeniería Julio Garavito, permitiu à Arquiled validar a boa execução do projeto, instalando um dos protótipos no Campus da universidade e monitorizar o comportamento da luminária.

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