A britânica Salty Co, a espanhola REFIX e a portuguesa Horta da Ria são as vencedoras da 3ª edição da iniciativa Blue Bio Value, um programa de aceleração de startups para a bioeconomia azul da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Oceano Azul, desenvolvido com o apoio da Fábrica de Startups e da BlueBio Alliance.

Desde 2018, o Programa Blue Bio Value já acelerou 42 empresas de 15 nacionalidades e atribuiu prémios num total de 135.000 euros em serviços de apoio ao desenvolvimento de nove startups, provenientes de cinco países.

A edição deste ano recebeu em 2020 o número mais elevado de candidaturas desde o seu lançamento, em 2018, destaca a organização: concorreram a esta edição 120 projetos, oriundos de mais de 30 países, “sinal da crescente relevância da iniciativa e um maior dinamismo do setor, tanto em Portugal como a nível internacional”, aponta a Fundação Gulbenkian.

45 mil euros de apoio

As três startups vencedoras são premiadas com um valor global de 45.000 euros, que deverá ser aplicado no desenvolvimento dos seus projetos.

► Tendo decorrido integralmente online devido à pandemia, a parte final da edição deste ano do Blue Bio Value contou com a participação de 14 startups (10 internacionais e quatro portuguesas), que deram a conhecer soluções e negócios ligados à descarbonização, ao restauro de ecossistemas, à dessalinização, à produção sustentável de algas para diferentes fins e à utilização de desperdícios de atividades piscatórias, entre outros.

 

O que faz cada uma destas start-ups?

A britânica Salty Co é uma empresa têxtil livre do uso de água doce, substituindo-a pelo recurso mais abundante do planeta: água salgada. Os têxteis naturais são produzidos a partir de fibras de plantas tolerantes ao sal, ajudando assim a conservar um dos recursos mais escassos: água doce.

Por seu lado, a espanhola REFIX desenvolveu uma alternativa refrescantemente inovadora de bebidas feitas a partir de água salgada do Oceano Atlântico. A bebida tem um sabor salgado agradável, e tem zero açúcares, corantes e conservantes adicionados, tornando-a assim um refresco alternativo e benéfico para diabéticos.

Já a portuguesa Horta da Ria, um dos projetos selecionados durante a Ideação do Blue Bio Value que decorreu na Universidade de Aveiro, produz salicórnia, uma planta comestível que cresce em zonas de sapal como a Ria de Aveiro (local de implementação desta start-up) como alternativa saudável ao sal. Esta produção sustentável traz nova vida à Ria de Aveio e pode ser integrada em diferentes produtos de consumo alimentar.

“Proteção ambiental e sucesso comercial das empresas têm de ser complementares”
Na cerimónia de encerramento do programa, Isabel Mota, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian referiu que “a proteção ambiental e o sucesso comercial das empresas têm de ser complementares e a área da bioeconomia azul é particularmente crucial para promovermos o crescimento sustentável”.
Na mesma ocasião, José Soares dos Santos, Chairman da Fundação Oceano Azul, apelou às startups participantes que continuem a desenvolver os seus projetos: “Vocês são quem pode mudar o mundo, a vossa energia convenceu-nos ainda mais que estamos no caminho certo, vamos continuar a investir no Blue Bio Value”.
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