A Câmara Municipal de Lisboa vai instalar 3 hubs multicarregadores rápidos em fevereiro de 2021.
A informação foi transmitida por Miguel Gaspar, vereador com o pelouro da mobilidade no município da capital, numa conferência online organizada pela Mobi.e, à qual o Welectric assistiu.
Nesse webinar, Miguel Gaspar deu conta de que serão doze Postos de Carregamento Rápido a instalar em cada uma das três localizações escolhidas pelo município.
O vereador da mobilidade explicou que a autarquia identificou um total de seis localizações na cidade como adequadas para receber esta infraestrutura de carregamento de veículos elétricos.
“o mercado estava a falhar. Por isso, avançamos” – miguel gaspar (vereador da mobilidade da c.m. lisboa)
Como dos três primeiros locais selecionados, os operadores privados não responderam de acordo com as conveniências traçadas pela edilidade lisboeta, foi a própria câmara municipal de Lisboa a dar o passo em frente com esse investimento.
“Temos de atacar de forma definitiva aquilo que é a ansiedade de carregar, de modo a que o condutor quando tem de ir a um sítio tenha a certeza de que vai conseguir carregar bem o seu carro, sem qualquer problema. E nesse sentido, a Câmara Municipal de Lisboa avançou – e estamos já a começar os trabalhos e espero que seja uma realidade para abrir ao público já em fevereiro – três Pontos de Carregamento Rápido de elevada disponibilidade, em que vamos ter, pelo menos, doze pontos de carregamento disponíveis em cada uma das três localizações. E esta capacidade pode expandir, se este espaço estiver ocupado”, adianta o vereador.
Concurso público será lançada para outras três localizações
O responsável camarário sublinha que o município “avançou para esta proposta não por causa de uma grande ambição em ser um grande operador de pontos de carregamento, mas porque o mercado estava a falhar. Não víamos do lado da iniciativa privada o esforço e o investimento adequados para dotar a cidade de Lisboa de uma rede de carregamento adequado. Ainda assim, identificamos 6 localizações onde este tipo de pontos de carregamento podem estar e só estamos a utilizar três. Queremos lançar as outras três possibilidades ao mercado, mas, uma vez mais, se o mercado estiver disponível para operar será ótimo, caso contrário será a Câmara Municipal de Lisboa a operar esse modelo”.
“Temos de ter milhares de pontos de carregamento na via pública”
O responsável da mobilidade em Lisboa lembra que até 2030, de acordo com as metas europeias, é suposto que metade dos carros que circulem nas cidades, incluindo a de Lisboa, sejam elétricos. “Isto significa também que temos de ter milhares de pontos de carregamento na via pública”, evidencia Miguel Gaspar.
“Para se ter uma ideia, nós temos atualmente em Lisboa, cerca de 4 mil dísticos verdes atribuídos a veículos 100% elétricos, para cerca de – grosso modo, 200 mil lugares na via pública. Temos, assim, uma proporção de 2%, o que é um número muito baixo de carros elétricos na cidade de Lisboa. Mas não tenho dúvidas de que este número vai crescer muito e quando tal acontecer, nós vamos ter de crescer muito as infraestruturas de carregamento. E aí entra o carregamento lento ou o semirrápido”, rede que o vereador da capital entende que deve estar criada “cada vez mais perto de nossa casa”.
Retrofitting de parques e garagens
Ainda relativamente à rede de carregamento para EV na capital portuguesa, o vereador da mobilidade destaca a importância do trabalho de retrofitting de parques e garagens já existentes: “Aqui, a EMEL (Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa) está a fazer um esforço muito importante para a modernização dos seus parques: estamos a falar mais de 200 pontos de carregamento que vão ser renovados no interior dos parques. Mas também destaco aquilo que são as parcerias que a câmara tem na área, como as concessões com privados, caso da Empark, em que há também um grande investimento dos privados na adaptação desses seus parques de estacionamento para a mobilidade elétrica”.
Miguel Gaspar propõe contador Mobi.e a pensar em veículos de empresa
No Webinar promovido pela Mobi.e, Miguel Gaspar sugeriu que o regulador Mobi.e promovesse aquilo que, no seu entender, poderá mudar “completamente a forma de carregar um veículo elétrico em casa ou no escritório: trata-se de permitir ter um contador da Mobi.e depois do contador habitual, ou seja, depois do ponto de entrega da própria casa”. O responsável pela mobilidade na autarquia lisboeta concretizou a sua ideia: a possibilidade do condutor “ter na sua garagem um único ponto de entrega na sua conta da luz, mas depois ter um outro ponto de leitura, cujo consumo é descontado da sua conta de casa. Isto porque nesse segundo ponto de consumo está lá o cartão da Mobi.e em que o condutor paga ao seu comercializador de energia a eletricidade do carro. Isto será absolutamente revolucionário e mudará completamente aquilo que é o hábito das pessoas e até da justiça – porque se eu tenho um carro de trabalho porque razão vou carregar em minha casa com o meu contador de energia? Faz sentido que seja a empresa a pagar essa despesa. Entendo que esse é um caminho”.