Aira Mello
Aira Mello
Diretora de Marketing e Comunicação Volvo Car Portugal

Sabemos que não é fácil mudar mentalidades, mas sabemos também que é preciso haver uma marca que dê o primeiro passo, que tenha a coragem de iniciar o debate, ainda que isso tenha um preço.

A Volvo e a segurança: uma ambição sem limites

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2020 será um ano que tão cedo não sairá da nossa memória coletiva. No entanto, hoje gostaria de apontar uma outra razão para esse registo que não aquela que todos conhecemos. 

2020 é o ano em que a Volvo volta a assumir uma atitude histórica para com a segurança automóvel iniciando assim um debate relativo ao dever de responsabilidade dos construtores. Vamos por partes e recuemos 60 anos….

Em 1959, a Volvo apresentou ao mundo o cinto de segurança de três pontos. Na altura um coro de protestos e um manancial de críticas foram dirigidas à sua inovação. “É um ataque à liberdade individual”, “uma ideia terrível” ou “algo que ninguém vai querer usar” opiniões sobre um acessório de segurança que, com o tempo, passou a ser tão importante que foi tornado obrigatório e adotado por todas as marcas…. 

Nils Ivar Bohlin (1920-2002), engenheiro sueco que inventou o cinto de segurança de três pontos. A estreia foi em agosto de 1959, num Volvo PV544

A Volvo deixou a patente da inovação sempre aberta não lucrando um cêntimo com a sua “terrível ideia” que…. estima-se,  tenha salvo até hoje mais de um milhão de vidas. Tivemos a coragem de seguir em frente, quando o caminho mais fácil seria, simplesmente, abandonar a ideia. O tempo e os números vieram demonstrar que estávamos certos. Mas o coro de protestos voltou a ouvir-se este ano. E por que razão?

Porque a ambição da Volvo em matéria de segurança automóvel não tem limites. Identificado há muito como uma das principais razões dos acidentes e uma das lacunas de comportamento dos condutores, o excesso de velocidade foi analisado e a forma de o evitar também. A marca decidiu limitar a velocidade de todos os seus novos automóveis a 180 km/h. Essa medida já está em vigor e são já bastantes os automóveis da Volvo nas estradas com essa “limitação”. 

Temos consciência da polemica, sabemos que é uma pedrada no charco mas sabemos também que as marcas automóveis têm uma quota parte de responsabilidade sobre o que se passa nas estradas. Continuam a construir “carros de corrida”, a estimular, na comunicação: a velocidade, o exceder os limites, a performance, os cavalos. Como se isso fosse o mais importante. Como se conduzir a 200 km/h fosse motivo de orgulho, de poder, de superioridade. 

Sabemos que não é fácil mudar mentalidades, mas sabemos também que é preciso haver uma marca que dê o primeiro passo, que tenha a coragem de iniciar o debate, ainda que isso tenha um preço. Sabemos que perdemos alguns clientes, sabemos que estamos a conquistar muitos outros, pessoas que se preocupam com as outras pessoas e se identificam com os nossos valores e filosofia de marca e que, tal como nós, acreditam num mundo em que os automóveis sejam um símbolo de alegria, de liberdade, de prazer, um mundo sem fatalidades na estrada. 

Respeitaremos sempre o compromisso histórico dos nossos fundadores (“Os automóveis são conduzidos por pessoas, por isso tudo o que fizermos na Volvo deve contribuir, antes de mais, para a sua segurança” 1927), por isso somos, inquestionavelmente, a marca mais associada à segurança automóvel e assim queremos continuar. Temos a certeza que Gustav Larson e Assar Gabrielsson aprovariam e ficariam orgulhosos por continuarmos a cumprir o seu sonho.

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