A Agência Europeia do Ambiente (AEA) alertou para o facto de que 93% do mar europeu está a ser afetado negativamente pela atividade humana, tanto exercida no mar como em terra, com problemas como poluição, redução de habitats e degradação dos ecossistemas.

Os dados constam da análise “Multiple pressures and their combined effects in Europe’s seas” (“Múltiplas pressões e os seus efeitos combinados nos mares da Europa”).

Extração de recursos e poluição

As pressões avaliadas incluem a extração de recursos (vivos e não vivos); poluição por nutrientes, produtos químicos, ruído subaquático e lixo; perturbação do fundo do mar; e introdução de espécies não indígenas.

Os impactos relacionados com as alterações climáticas, incluindo aquecimento e acidificação dos oceanos e esgotamento do oxigénio são igualmente abordados, na medida em que esses impactos corroem a resiliência dos ecossistemas marinhos e aumentam a sensibilidade dos ecossistemas a outras pressões, aponta a análise.

Onde os efeitos são mais extensos

O relatório da AEA mostra que os efeitos mais extensos ocorrem nas zonas costeiras e da plataforma do Mar do Norte e, em parte, no Mar Báltico e no Mar Adriático. Efeitos graves foram encontrados nas estreitas áreas de plataforma do Mar Mediterrâneo ocidental.

A AEA refere que o crescimento da economia marítima da UE está a conduzir a uma maior concorrência pelo espaço e recursos marinhos. “Para que as atividades humanas em terra e no mar sejam sustentáveis, elas precisam de ser dissociadas da degradação dos ecossistemas marinhos”, afirma a AEA.

Estes riscos detetados levam a que a AEA avance que a Europa vá falhar a meta que tinha definido para este ano para as suas águas marinhas no que concerne a contaminantes, eutrofização, espécies invasoras, pesca comercial e lixo marinho.

A eutrofização ou eutroficação é o crescimento excessivo de plantas aquáticas, para níveis que afetem a utilização normal e desejável da água. Este aumento deve-se a uma maior concentração de nutrientes, como nitrogénio e fósforo. O excesso de algas acarreta problemas como diminuição da penetração de luz, alterações na cor e cheiro da água, deterioração no ecossistema aquático, diminuição da concentração de oxigénio dissolvido.

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