A mobilidade elétrica está a transformar a indústria automóvel e qual será o impacto que terá a nível do emprego?
Para tentar compreender a correlação entre os postos de trabalho (os que se perdem e os que se irão ganhar) e o aumento da popularidade dos veículos elétricos, a Volkswagen encomendou um estudo ao Instituto Fraunhofer em Estugarda.
Segundo este organismo, na fase de transição entre um modelo assente maioritariamente na produção e venda de viaturas a combustão para outro virado para viaturas elétricas, o setor produtor de componentes poderá sofrer as maiores dificuldades, pelo fato de serem necessárias menos “peças” para construir um automóvel elétrico.
No caso dos fabricantes de automóveis e do setor como um todo, a situação será, todavia, diferente. De acordo com a análise, serão criadas novas competências e novos empregos ligados a serviços digitais, a novos serviços, a novas tecnologias e ao desenvolvimento de baterias e motores cada vez mais eficientes.
ID.3 vs. Golf VIII
Tendo este estudo sido encomendado pela Volkswagen, um dos aspetos que mereceu a análise foi referente aos diferentes processos de produção que envolvem o ID.3 e o Golf VIII.
Os resultados foram projetados para 2029, tendo em conta a divulgação cada vez maior dos veículos elétricos em comparação com os automóveis equipados com motores térmicos.
Segundo esta abordagem, se se mantivessem os atuais volumes anuais de vendas, a Volkswagen poderia enfrentar uma diminuição de funcionários a 12%. No entanto, com o aumento das vendas de EV na próxima década e as novas oportunidades que os automóveis elétricos irão oferecer aos profissionais de serviços e especialistas em Tecnologias de Informação (TI) e de outras novas tecnologias, essa queda será compensada, conclui esta reflexão.
Para aceder ao estudo, clique na imagem.
As estimativas vão no sentido de que as áreas de produção e logística são aquelas que deverão assinalar as maiores contrações de emprego nos próximos anos, em até mais de 10%.
Em contraciclo e em previsível crescimento estarão os elementos afetos aos departamentos técnicos, com uma expansão entre 3 e 7%; de marketing, que podem ver os seus postos de trabalho subir 2 ou 3 pontos percentuais; e de TI, cujos empregos podem crescer cerca de 5%.
Serviços digitais e novas tecnologias de baterias, transmissão e sistemas eletrónicos, cibersegurança e conectividade serão fundamentais no desenvolvimento de novos empregos, refere o estudo.
Em face deste cenário (que contraria indicações iniciais que sugeriam que a mobilidade elétrica poderia acarretar perdas de postos de trabalho na indústria automóvel que, consoante os casos e as abordagens, iriam variar entre 35 e 62% até 2030), a VW irá implementar políticas de requalificação para acompanhar os seus colaboradores nesta fase de transição energética do mercado, na qual algumas competências se tornarão dispensáveis e outras novas serão necessárias adquirir.