A empresa de tecnologia e consultadoria Indra integrou no seu Sistema de Apoio à Exploração (SAE) de frotas de autocarros um novo modelo de condução eficiente e seguro, que permite poupanças de combustível e de emissões de mais de 9%, assim como melhorias nos indicadores de bem-estar e segurança em mais de 10%, chegando a superar, em ambos os casos, os 15%.
A novidade resultou da incorporação no sistema SAE da Indra, que faz parte da família de soluções Mova Traffic, a tecnologia BLED, baseada em IoT e Big Data, que automatiza a recolha de dados e analisa diferentes parâmetros da condução, como velocidade, inércia, aceleração ou travagem brusca, e parâmetros ambientais, de consumo e de eficiência energética.
Sistema da Indra gera alertas ao exceder limites
O equipamento de bordo, da Indra, para autocarros, o Nauta, integra todos estes dados e envia-os para o centro de controlo, fornecendo ao operador informação do sistema de condução em tempo real, juntamente com toda a informação de gestão do serviço de transporte, gerando alertas quando determinados limiares são excedidos ou em caso de colisão, e facilitando a criação de relatórios e tomada de decisões.
Os condutores dispõem de uma aplicação móvel gamificada, que para além de informação e alertas, dá recomendações personalizadas baseadas em machine learning para melhorar o rendimento, e incentiva as boas práticas de condução eficiente, com a publicação de rankings semanais.
Programa de formação e monitorização
Dado que o papel dos motoristas é fundamental para tirar o máximo partido do sistema, também têm um programa de formação inicial, monitorização e formação contínua.
condutores dispõem de uma aplicação móvel gamificada, que além de alertas, dá recomendações personalizadas baseadas em machine learning para melhorar o rendimento
A Indra já implementou esta tecnologia em projetos em Alicante e na Comunidade de Madrid, mais especificamente nos autocarros urbanos na cidade de Collado Villalba, autocarros interurbanos de Madrid (da empresa Francisco Larrea), e em autocarros urbanos em Alicante (da empresa Vectalia). Em ambos os casos, já estão a ser conseguidas melhorias significativas em termos de consumo, emissões e indicadores de conforto e segurança.
Poupanças conseguidas em Madrid
“Graças à nova funcionalidade, foram detetadas poupanças no consumo de gasóleo, uma redução dos acidentes e um maior conforto dos passageiros. No primeiro ano, foi evitada a emissão de cerca de 424,75 toneladas de CO2 e os incidentes foram reduzidos como consequência da antecipação das ocorrências em estrada e da deteção preventiva de avarias quando um veículo excede significativamente a média de qualquer um dos parâmetros medidos pelo sistema. Verificou-se também uma redução do número de reclamações dos passageiros sobre travagens nas autoestradas e segurança rodoviária”, diz Francisco Larrea, gerente da empresa que opera os autocarros do Consórcio Regional de Transportes de Madrid (CRTM).
Esta poupança de mais de 400 toneladas de CO2 seria equivalente a mais de 15 milhões de quilómetros percorridos por ano por estes veículos, tendo em conta que um autocarro emite 28,4 gramas de CO2 por passageiro e quilómetro percorrido.

Hélder Alves, diretor de transportes da Indra em Portugal, destaca os benefícios da solução, ao proporcionar “uma mobilidade mais sustentável, segura e acessível e que, por sua vez, seja também economicamente mais eficiente, algo cada vez mais exigido pelos próprios utentes e cidadãos”.
Indra gere 15 mil autocarros no mundo
A tecnologia inteligente da Indra gere mais de 15.000 autocarros para mais de 100 operadores em todo o mundo, com projetos em cidades como Madrid, Barcelona (Espanha), Cidade do México (México), Medellín (Colômbia), Curitiba (Brasil), Savannah (EUA), Breslávia (Polónia), Plovdiv (Bulgária) ou Kuala Lumpur (Malásia), entre muitas outras.
A implementação de uma solução de condução eficiente e segura nas grandes cidades implicaria uma grande redução das emissões poluentes e de consumo dos veículos de transporte coletivo, refere a Indra. “Por exemplo, se fosse alargada a todos os autocarros urbanos e interurbanos que servem a cidade de Madrid, conseguir-se-ia reduzir as emissões de mais de 35.000 toneladas de CO2 por ano (equivalentes a mais de 1.200 milhões de quilómetros de autocarro), mais de 70 toneladas de monóxido de carbono (CO) e mais de 100 toneladas de óxidos de azoto (NOX)”, calcula a empresa.