Ao fim de um ano a funcionar em mar alto, ao largo de Viana do Castelo, o projeto eólico de produção de energia offshore Windfloat Atlantic forneceu 75 GWh de eletricidade.
Entre julho de 2020 e julho de 2021, o parque eólico offshore Windfloat Atlantic produziu eletricidade suficiente para abastecer 60.000 pessoas num ano ao longo de 3800 horas de trabalho.
Este parque, localizado a 20 km da costa de Viana do Castelo, onde as águas alcançam uma profundidade de 100 metros, é composto por três turbinas eólicas da fabricante dinamarquesa Vestas (cada uma com 8,4 MW) com mais de 200 metros de altura e apoiadas em plataformas flutuantes semi-submergíveis ancoradas no fundo do mar.
O fator de carga do parque flutuante rondou os 48%, o que significa que praticamente metade do tempo estas eólicas trabalharam no seu máximo (por contraponto com os 30% conseguidos pelas equivalentes eólicas em terra).
A quem pertence o projeto eólico?
Para apoiar o desenvolvimento desta tecnologia pioneira, o Banco Europeu de Investimento (BEI) concedeu, em outubro de 2018, um empréstimo de 60 milhões de euros à Windplus, a empresa que desenvolve o Windfloat Atlantic e que é detida pela Ocean Winds (OW) (54,4%) – uma joint-venture entre a EDP Renováveis e a Engie -, Repsol (19,4%) e Principle Power (1,2%).
Além disso, o projeto foi também apoiado com 29,9 milhões de euros do programa da UE NER300 e até 6 milhões de euros do Governo de Portugal, através do Fundo de Carbono Português.
Em termos do impacto no ecossistema, os responsáveis do projeto referem que a tecnologia flutuante é menos intrusiva nos leitos marinhos face ao offshore fixo.
ISQ supervisionou instalação
O ISQ está a participar no projeto de energias renováveis offshore do Windfloat Atlântico, localizado ao largo de Viana do Castelo.
Naquele que é o primeiro parque eólico flutuante offshore em Portugal , o ISQ fez o controlo de qualidade da construção de duas (das três) plataformas e ainda a coordenação de segurança do operador do parque eólico flutuante.
Com base nesta nova tecnologia, que permite a exploração eólica em ambiente marítimo para grandes profundidades – substituindo as tradicionais de torre fixa no fundo do mar – “obtém-se energia limpa”, avança o Presidente do ISQ, Pedro Matias, realçando o know how do Grupo nestas áreas.
O projecto Windfloat faz parte da Estratégia Industrial para as Energias Renováveis Oceânicas, cujo objetivo principal é a criação de um “cluster” industrial exportador destas tecnologias energéticas limpas.
Em causa está a exploração do potencial eólico no mar, em profundidades superiores a 40 metros, assentando no desenvolvimento de uma plataforma flutuante triangular e semi-submersível, com origem na indústria de extracção de petróleo e de gás, onde assenta uma turbina eólica com vários megawatts (MW) de capacidade de produção.
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