
O SEA2LAND é um projeto de bioeconomia que surge na Europa com o propósito de desenvolver e adaptar tecnologias para a recuperação de nutrientes derivados dos excedentes das indústrias de processamento de pescado e aquacultura. A ideia é que esses subprodutos venham a ser transformados em fertilizantes e aditivos de base biológica para incorporação em solos agrícolas.
A partir de 11 países uniram-se à iniciativa 26 parceiros, de entre os quais o ISQ. No âmbito desta parceria o grupo português terá de “desenvolver um sistema de apoio à decisão para suporte à valorização local e regional de subprodutos das pescas e aquacultura”. Bem como “avaliar o ciclo de vida das soluções tecnológicas a demonstrar”, refere o diretor de I&D+i.
O ISQ será igualmente responsável pelo “desenvolvimento das atividades de suporte à futura incorporação destas soluções no mercado”. Incluíndo “a avaliação de conformidade dos novos biofertilizantes com a regulamentação comunitária e suporte ao desenvolvimento de modelos de negócio”, avança Ricardo Rato.
Em comunicado o presidente do ISQ afirma que “através da valorização dos excedentes, o SEA2LAND contribuirá para a implementação alargada de sinergias de simbiose industrial”. Além de poder vir a ter um forte impacto “na diminuição do consumo de fertilizantes químicos e na redução da dependência europeia face a países terceiros no que diz respeito ao fornecimento de nutrientes ao setor agrícola”, acrescenta Pedro Matias.
Projeto terá duração de quatro anos
Dotado de um orçamento de 8.8 milhões de euros o projeto irá funcionar com base em unidades piloto. A partir destas irão ser feitos testes a nove tecnologias em seis áreas geográficas representativas do setor das pescas e da aquacultura. São elas: Norte, Báltico, Atlântico, Cantábrico, Mediterrânio e Mar Adriático.
Relativamente às tecnologias que vão ser aplicadas em nome do SEA2LAND, estas incluem processos mais convencionais e de baixo custo como o bokashi e a compostagem. Mas também processos mais emergentes, nomeadamente a hidrólise enzimática e o fracionamento termomecânico.
Integrado na estratégia europeia do Green Deal e do Novo Plano de Ação para a Economia Circular na Europa, o SEA2LAND terá uma duração de quatro anos. Portugal, Chile, França, Bélgica, Espanha, Itália, Malta, Croácia, Suíça, Noruega e Estónia são os países que, através das suas empresas, vão contribuir para o sucesso deste projeto.