Uma equipa do Barcelona Institute for Global Health (ISGlobal) analisou cidades de 31 países europeus (978 cidades, 49 áreas metropolitanas) e concluiu que há menor risco de mortalidade nas cidades mais verdes.

Portugal não tem nenhuma localidade no TOP10 das cidades, com mais de 100 mil habitantes, com maior mortalidade devido à falta de espaços verdes, o qual é liderado por Trieste e Turin, em Itália, e em terceiro lugar está Blackpool, no Reino Unido. Nesta tabela das cidades onde mais se morre devido à falta de espaços verdes, a Área Metropolitana de Lisboa aparece na 301.ª posição.

Já no que respeita às cidades, com mais de 100 mil habitantes, com menor mortalidade, o TOP 10 inclui Guimarães, em terceiro lugar, e Coimbra, em sétimo lugar, de uma listagem liderada por Elche, em Espanha e Telde, igualmente localizada no país vizinho.

Para calcular os espaços verdes em cada cidade, a equipa de investigadores utilizou Normalised Difference Vegetation Index (NDVI), um indicador que mede a quantidade de verde de uma determinada área. Este indicador tem em conta todos os tipos de vegetação, desde árvores na rua a jardins privados com recurso a imagens de satélite.

Os investigadores recolheram informação desde 2015 sobre mortalidade de causa-natural e o nível de espaços verdes de cada cidade. Com uma metodologia quantitativa de avaliação do impacto na saúde e dados de grandes metanálises recolhidos em análises anteriores sobre a associação entre espaço verde e mortalidade, foi possível estimar o número de mortes por causas naturais que poderiam ter sido ser se cada cidade cumprisse a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A OMS recomenda o acesso universal a espaços verdes e estabelece que deveria existir um espaço verde de pelo menos 0,5 hectares a uma distância linear a 300 metros de cada habitação. Os espaços verdes estão associados a muitos benefícios para a saúde, incluindo menor probabilidade de morte prematura, maior esperança de vida, menos problemas psicológicos, menos incidência de doença cardiovascular, melhor funcionamento cognitivo nas crianças e nos idosos e bebés mais saudáveis.  

Os espaços verdes têm ainda a vantagem de mitigar a poluição do ar, calor e níveis de ruído, contribuindo para o sequestro de dióxido de carbono.

O estudo, publicado na revista científica The Lancet Planetary Health, permite ainda concluir que 62% da população vive em áreas com menos espaços verdes do que o recomendado, o que está associado a 42.968 mortes (2,3% de todas as mortes por causas naturais).

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