O Parlamento Europeu (PE) propôs medidas para acelerar a implantação da energia eólica marítima, incluindo no Oceano Atlântico, a fim de contribuir para a consecução dos objetivos climáticos.

Num relatório aprovado com 518 votos a favor, 88 contra e 85 abstenções, o PE nota que existem zonas com um potencial para a energia de fontes renováveis ao largo (offshore) “amplamente inexplorado”, como o Atlântico, o Mediterrâneo, o mar Báltico ou o mar Negro, defendendo que a sua integração nos sistemas energéticos da UE deve ser realizada a um ritmo mais célere do que tem sido observado até à data.

“A decisão de encontrar espaço para esta capacidade adicional de produção de energia de fontes renováveis ao largo até 2030 é da maior importância e deve ser considerada uma prioridade”, dizem os eurodeputados, pedindo que esse espaço seja identificado na UE antes de 2023/2024, a fim de permitir a construção até 2030.

No relatório, lido pelo Welectric, é salientado que “a UE não estará em condições de honrar os seus compromissos em matéria de clima se não forem adotadas novas medidas para acelerar a implantação da energia de fontes renováveis ao largo”.

Nesse sentido, os deputados europeus exortam “a Comissão a colocar a energia de fontes renováveis ao largo e outras tecnologias energéticas relevantes no cerne do sistema energético europeu até 2050”.

As metas de produção de energia de fontes renováveis ao largo em todas as bacias marítimas da UE são de, pelo menos, 60 GW até 2030 e de 340 GW até 2050.

Mais em concreto, o Parlamento Europeu “convida a Comissão a realizar, o mais rapidamente possível, uma avaliação de impacto que clarifique os impactos económicos e socioeconómicos da energia de fontes renováveis ao largo, com especial destaque para os postos de trabalho existentes e a criação de emprego através da implantação de uma capacidade de 300-450 GW até 2050”.

A região do mar do Norte já é atualmente líder mundial em termos de capacidade instalada de energia eólica marítima. E o documento nota que “os Estados-Membros ocidentais da UE na costa atlântica têm um elevado potencial natural para a produção de energia eólica marítima fixa e flutuante”.

Nas estimativas do Parlamento Europeu, o investimento necessário para prosseguir a implantação em larga escala da energia de fontes renováveis ao largo até 2050 será de quase 800 mil milhões de euros, sendo cerca de dois terços para financiar a infraestrutura de rede associada e cerca de um terço para a produção de eletricidade ao largo.

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