A Hardlevel – Energias Renováveis, empresa especializada na gestão e pré-tratamento de Óleos Alimentares Usados (OAU) vai, no final de 2022, reforçar a sua rede de recolha deste resíduo, contando instalar mais de três mil óleões Smart S+ em pelo menos 150 municípios.
A Hardlevel abrange na atualidade as principais áreas metropolitanas portuguesas, mais de 100 municípios, possuindo atualmente mais de 2.500 Oleões Smart S+ instalados, os quais, no dia-a-dia, servem estruturalmente cerca de 3,5 milhões de munícipes.
Adicionalmente, através de parcerias com supermercados, hipermercados e retalhistas de combustíveis, onde se encontram instalados um par de centenas de equipamentos, a rede acaba por servir toda a população nacional.
Aproveitados para biocombustíveis
Os OAU são ambientalmente nocivos, mas valorizáveis, sendo reaproveitados para a produção de biocombustíveis. Entre eles estão o HVO (do inglês hydrogenated vegetable oil, ou seja, óleo vegetal tratado com hidrogénio, uma das gerações mais recentes de biodiesel) e o SAF (sustainable aviation fuel, isto é, biocombustível de aviação).
Com sede em Vila Nova de Gaia e centros logísticos e de pré-tratamento noutros pontos do país (e também no estrangeiro), a empresa possui uma capacidade instalada de pré-tratamento de 50.000 toneladas anuais de OAU e 4.500 metros cúbicos de armazenagem instantânea, nos polos operacionais de Avanca e Palmela. A empresa afirma que está a internacionalizar ainda o modelo de gestão inteligente de óleos alimentares usados em Espanha e França.
Municípios aderentes
Empresas intermunicipais como a Resialentejo (que agrega os municípios de Almodôvar, Barrancos, Beja, Castro Verde, Mértola, Moura, Ourique, Serpa) e autarquias como Silves, Portalegre, Vila Franca Xira, Cadaval, Abrantes, Santarém, Rio Maior, Mação, Murça ou Santa Marta de Penaguião são exemplos de municípios que abraçaram o modelo de gestão inteligente de OAU da Hardlevel ainda no fecho de 2021.
Entre eles pontifica, igualmente, Lisboa, onde foram instalados mais de 200 Oleões Smart S+, que servem diariamente os mais de 500 mil habitantes da capital e os mais de 5 milhões de turistas que a visitam anualmente.
Sardoal, Porto de Mós, Chaves ou Entroncamento, por seu lado, aproveitaram o início de 2022 para integrarem o circuito, havendo mais municípios em vias de fazerem o mesmo.

Em Portugal, as estimativas oficiais apontam para uma produção de óleos alimentares usados que varia entre 43.000 a 65.000 toneladas anuais. Segundo a Hardlevel, o segmento doméstico será responsável por cerca de 62% dos OAU. A Hardlevel diz que se calcula que, no global, 60% deste desperdício ainda vai parar ao esgoto.
“Ora, além de entupirem canalizações, os OAU contaminam os solos e as águas, e, como se não bastasse, uma grande quantidade desemboca nas Estações de Tratamento de Águas Residuais, dificultando e onerando ainda mais o processo”, aponta a Hardlevel para a qual urge reforçar a campanha de sensibilização junto da população.
Ainda assim, assinala a empresa, têm existido progressos assinaláveis ao nível da recolha doméstica de OAU. Salim Karmali, administrador e cofundador da Hardlevel, diz que são várias as autarquias onde a “curva evolutiva das recolhas é manifestamente positiva”.
O empresário dá como exemplos os concelhos de Seixal, Lourinhã, Loures, Santo Tirso, Aveiro ou Almada, onde a recolha de OAU na rede Hardlevel cresceu a três dígitos nos últimos três anos, com subidas que oscilaram entre os 200 a 600%.
“A tendência é generalizadamente crescente. E o progresso faz-se passo a passo, oleão a oleão, concelho a concelho, garrafa a garrafa, a bem do ambiente e de uma mobilidade progressivamente mais descarbonizada”, garante Karim Karmali, outro co-fundador da Hardlevel.
“A expansão é, porém, feita a ‘diferentes velocidades’”, explica Salim: “As localidades que estão na ‘carruagem da frente’ na reciclagem de óleos alimentares usados estão já a apostar concludentemente nos oleões inteligentes, que permitem dados, reporting, qualidade na gestão do resíduo e garantia de salubridade na via pública e, ainda, interação e sensibilização do cidadão para a reciclagem dos OAU”, declara a empresa.

Nova geração de oleões
Equipados com dispositivos IoT (Internet of Things), os oleões Smart S+ da Hardlevel permitem, por um lado, detetar o nível de enchimento em tempo-real, prevenindo derrames de óleos na via pública, bem como eficiência logística e energética; por outro, através de uma app, os equipamentos possibilitam rastrear os depósitos de OAU feitos pelos munícipes, facultar digitalmente a sua localização, informar sobre a capacidade disponível em tempo real nos pontos de recolha, contabilizar a deposição de cada pessoa e atribuir pontos (greenpoints), que permitem o acesso a prémios.
“É também por tudo isto que uma das novas ‘frentes de batalha’ da Hardlevel está concentrada junto dos consumidores domésticos”, afirma a empresa.
A Hardlevel refere que está a ultimar o lançamento de uma nova geração de oleões inteligentes (a apresentar brevemente), tendo, entretanto, criado “facilitadores de descarte de OAU de uso doméstico”, para facilitar a tarefa de separação do desperdício logo na fonte. É um produto patenteado, que a Hardlevel baptizou como Mini Olio Collecte, tendo já iniciado a estratégia de os fazer chegar aos consumidores.