
António Feijó assumiu esta semana a presidência da Fundação Calouste Gulbenkian para o lugar, substituindo Isabel Mota que ocupou o cargo nos últimos cinco de um total de 26 anos em que trabalhou na Gulbenkian.
No discurso de despedida, que teve lugar esta terça-feira, Isabel Mota olhou para o passado e recordou os três compromissos assumidos quando passou para a frente da instituição (“com o futuro, com os mais vulneráveis e com a importância da cultura, no sentido que inclui arte, educação e ciência”).
Falando no plural (porque “nenhum mandato pode ser visto de forma isolada”, pois resulta “de um exercício partilhado com os colegas do Conselho de Administração e com os colaboradores da Fundação”), Isabel Mota salientou algumas das importantes realizações enquanto esteve à frente da Fundação.
“A venda da Partex constitui uma das decisões mais estruturais do ciclo que agora se encerra; o início da adoção de uma política de investimento responsável foi dado no final de 2019, com a alienação das participações da Fundação em combustíveis fósseis”, apontou Isabel Mota.
“O desinvestimento na Partex permitiu diversificar a carteira de investimentos e alinhar a Fundação com a visão de futuro sustentável e circular, que partilha com outras grandes fundações internacionais”.
Isabel Mota foi a primeira Administradora e a primeira mulher Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian.
A agora ex-presidente da Fundação Calouste Gulbenkian referiu ainda, “no domínio da sustentabilidade, e na sequência da decisão do desinvestimento em combustíveis fósseis”, a criação do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, atribuído anualmente, e que incide sobre questões relacionadas com as alterações climáticas: “Foi uma das medidas emblemáticas, nesta aposta na proteção do planeta”.
Segundo a gestora, “a Fundação reforçou a sua agenda na promoção da mudança para um novo modelo de crescimento económico mais sustentável. Refiro-me ao apoio de projetos pioneiros no domínio da Economia Azul e da conservação dos oceanos; do uso eficiente da Água no setor agroalimentar; e do combate à pobreza energética”.
Entre outros aspetos, Isabel Mota apontou ainda uma grande alteração na área da ciência, o novo projeto científico do IGC, baseado na investigação dos efeitos das alterações ambientais na saúde humana, com a instalação de um novo centro situado no “Ocean Campus” em Pedrouços, “o que permitirá que o IGC se torne num instituto mais colaborativo e aberto e com novas parcerias designadamente com as também novas instalações vizinhas da Fundação Champalimaud e do ‘Hub do Mar’ da Câmara Municipal de Lisboa, entre outros, para além da prevista incubação do Centro de Investigação em Ciências Biomédicas da Universidade Católica”.
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