A Toyota apresentou à imprensa nacional o bZ4X, o primeiro modelo da nova série de veículos elétricos a bateria bZ (Beyond Zero) do fabricante. Um dos seguintes, aliás, será a versão de série do bZ Compact SUV Concept, acabado de desvendar no salão de Los Angeles, e que se posicionará abaixo do bZ4X, funcionando como uma espécie de “C-HR” elétrico, um pouco como o bz4X pode ser encarado como uma espécie de “RAV4” elétrico.

Assente numa nova plataforma dedicada para veículos 100% elétricos, o bZ4X insere-se nos D-SUV, segmento no qual as vendas de BEV – Battery Electric Vehicles valem já 20% entre nós.

Em 1997, a Toyota lançou o Prius híbrido: 25 anos depois está a lançar o seu primeiro modelo 100% elétrico a bateria.

Porque é que se chama bz4X?
bZ significa “beyond Zero”, a nova sub-marca da Toyota. O algarismo 4 representa o segmento em que o modelo se insere (segmento D). O X identifica que estamos perante um crossover.

Tomando o Toyota RAV4 como exemplo, o bZ4X é 85 mm mais baixo (para um total de 1600 mm de altura), é 90 mm mais comprido (para um total de 4690 mm) e é 5 mm mais largo (para um total de 1860 mm). Em termos de distância entre eixos, é 160 mm superior ao RAV4 (para um registo de 2860 mm). A linha de capot também é mais baixa em 50 mm.

Ainda relativamente ao RAV4, o bz4X tem uma altura de capot mais baixa em 50 mm e tem uma projeção frotal ligeiramente menor (diferença de 10 mm).

Em termos de design, o SUV tem um ar musculado, muito anguloso (na esteira do RAV4) e parece até buscar inspiração no “primo” Lexus RZ (com o qual partilha a mesma plataforma e-TNGA e a bateria). À frente, a marca apostou em arcos de rodas pronunciados de cor preta (uma opção estética que pode não agradar a todos), ao passo que atrás destacam-se dois spoilers, um à esquerda e outra à direita.

Neste contacto que nos foi proporcionado, conduzimos o bz4X com tração à frente, isto porque a versão com tração integral só chegará dentro de um ano, no último trimestre de 2023.

O bZ4X com tração dianteira é alimentado por um motor elétrico com 150 kW/204 cv e 265 Nm de binário. A aceleração dos 0-100 km/h é em 8,4 segundos e a velocidade máxima é de 160 km/h.

O modelo com tração 4×4 tem 217,5 cv com 336 Nm de binário; a velocidade máxima mantém-se, no entanto, a aceleração até aos 100 Km/h é reduzida para 7,7 segundos.

O modelo AWD (All Wheel Drive) apresenta motores de 80 kW em cada um dos eixos dianteiro e traseiro.

Tração 4×2 (dianteira) e 4×4 do bz4X. A variante de tração integral será comercializada no último trimestre de 2023. * Valores ainda não oficiais, aguardam homologação

A bateria de iões de lítio tem uma capacidade de 71,4 kWh que proporciona uma autonomia superior a 450 km (WLTP). E em ciclo urbano, o fabricante indica mesmo a possibilidade de se alcançarem autonomias de 682 km com a variante 4×2.

De acordo com os objetivos de desenvolvimento da bateria, espera-se apenas uma redução marginal no desempenho da bateria – cerca de apenas 10% – em 10 anos de condução, ou 240 mil quilómetros, o que ocorrer primeiro. O construtor acena com uma garantia da bateria até ao décimo ano ou 1 milhão de quilómetros.

Quanto tempo demora a carregar?

Em termos de carregamento, o SUV aceita uma carga rápida de 150 kW (CCS2). Estes são os tempos de carregamento previstos:

O que nos pareceu o bz 4X?

O modelo transpira robustez, não só devido ao seu ar musculado, como também em virtude da qualidade percebida no habitáculo, com materiais agradáveis ao toque e solidez na montagem.

A posição de condução é alta e ergonómica, proporcionando uma boa visibilidade ao condutor. O interior é espaçoso, com boas cotas em termos da altura para a cabeça e em termos de espaço para as pernas.

Apenas o ocupante do lugar do meio, atrás, tem um pouco menos de espaço, pois a estrutura central do apoio de braços dianteiro se intromete um pouco para trás. Mas o conforto não fica beliscado.

Gostamos de saber que os bancos são construídos em materiais à base de plantas e reciclados para seguir o tema Beyond Zero da marca. O ecrã central da unidade que conduzimos tinha uma ótima resolução e um generoso tamanho de 12,3′ de que gostamos.

Sabia que…
o bZ4X será o primeiro modelo de produção da Toyota a oferecer um sistema de condução e volante “by-wire” – “One Motion Grip”, sem ligação mecânica? Esse sistema será introduzido na Europa numa data posterior, eventualmente 2024.

Na estrada, o motor é sempre responsivo, acelerando com desenvoltura. Rolamos em estrada molhada, dada a chuva por vezes forte que se fazia sentir, e a travagem mostrou sempre eficácia. Em termos de consumos, em cidade, o SUV pareceu-nos poder conseguir um registo na casa dos 16 kWh. A 120 km/h, em autoestrada, o consumo é mais elevado, rondando os 21 kWh.

No capítulo da regeneração, este SUV elétrico da Toyota dispõe de um botão na consola central que, uma vez acionado, aumenta a capacidade de recuperação da energia, quase ao estilo de um “e-pedal” – quando se levanta o pé do acelerador, o veículo desacelera, podendo reduzir a velocidade até 6 km/h.

Nas manobras, o veículo é muito ágil e fácil de guiar, tendo ainda um raio viragem bastante bom para o segmento, de apenas 5,7 metros.

Em síntese, o bz4X é um SUV de perfume “premium” com o carimbo de qualidade Toyota que nos causou boa impressão. Apenas no consumo em autoestrada, nos pareceu um pouco menos comedido, ainda que este primeiro contacto, mais reduzido, não tenha permitido consolidar esta opinião. Outro trunfo: é classe 1 nas autoestradas.

Gama e preços

A marca irá disponibilizar três versões de equipamento: Exclusive (que será de entrada), Premium (que deverã ser a que irá concentrar um maior volume de vendas) e Lounge (topo de gama).

Em termos de preços, o bz4X na versão de tração frontal custa a partir de 52.990 euros.

Preços da versão 4×2

Pré-reservas

A estreia europeia irá ter lugar no dia 2 de dezembro, seguida do lançamento das pré-reservas online. Para Portugal, a marca indica ter já mais de 250 ccontratos garantidas, com a particularidade de 50 reservas terem sido online.

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