A Bosch e a Universidade do Porto apresentaram os resultados do projeto de inovação Safe Cities, cujas soluções criadas visam antecipar e responder aos desafios “que se colocam às sociedades urbanas modernas”.

O projeto representou um investimento de 16 milhões de euros e a integração de 28 novos colaboradores na unidade da Bosch em Ovar e 87 investigadores na Universidade do Porto.

O projeto “Safe Cities”, que aliou o conhecimento da Bosch Security Systems, em Ovar, e da Universidade do Porto, tem como principal resultado o desenvolvimento de um ecossistema IoT (Internet of Things) para cidades seguras.

Os trabalhos de I&D desenvolvidos no âmbito deste projeto realizaram-se enquadrados em cinco subprojectos, que por sua vez permitiram a criação das seguintes soluções:

  • Subprojeto I: Multimedia Communications – desenvolvimento da nova geração de amplificadores com seleção avançada de zona de áudio, distribuição de áudio através da cloud, transcrição automática de discurso, e protocolos avançados de distribuição de áudio e controlo dos sistemas;
  • Subprojeto II: Data Mining – inteligência artificial aplicada a sistemas de deteção de incêndio para previsão inteligente e análise de comportamento de sistemas;
  • Subprojeto III: Smart Sensing – desenvolvimento de algoritmos de inteligência artificial para interpretação de cenários usando análise de vídeo e áudio; exploração de sensores de vídeo, como sensores de qualidade do ar; design de dispositivo laser range finder para integração com sensores de imagem; recursos adicionais de sensores de deteção de incêndio, como deteção de qualidade do ar e Bluetooth; design de blocos óticos com estabilização de imagem avançada, e design de blocos óticos para processos de manufatura de alta eficiência e fiabilidade;
  • Subprojeto IV: Software Applications – nova geração de sistemas de planeamento, configuração e manutenção em edifícios inteligentes; criação de soluções para navegação em edifícios inteligentes para evacuação otimizada; navegação urbana baseada em preferências definidas pelo utilizador com base em sensorização avançada; e desenvolvimento de arquitetura de sistemas de deteção de incêndio para alta fiabilidade;
  • Subprojeto V: Cybersecurity – desenvolvimento de tecnologias de comunicações edge-cloud resilientes a falhas e para proteção de privacidade em ambientes big data.

As tecnologias que resultam deste projeto de I&D permitem à Bosch adquirir novos conhecimentos e capacidades a serem colocadas no mercado, através de novos produtos e soluções, posicionando a empresa entre os principais players do mercado mundial para cidades inteligentes e seguras. Os resultados do projeto “Safe Cities” serão testados na cidade do Porto.

“As soluções apresentadas no âmbito do “Safe Cities” contribuem para elevar o patamar de segurança das cidades, cada vez mais dependentes da evolução tecnológica nos campos da sensorização, transmissão de dados, armazenamento e processamento inteligente remoto, e assim suprir as suas necessidades de segurança, privacidade, conforto e eficiência”, aponta a Bosch.

A empresa afirma que estes novos desenvolvimentos alcançados no âmbito do “Safe Cities” deram origem a mais de 50 publicações em revistas e conferências científicas internacionais, além de um registo de patente – estando mais três em curso – tendo contribuído para várias dissertações de Mestrado e Doutoramento. “É um marco assinalável quer em termos de investigação, quer no domínio da transferência de tecnologia, dois dos pilares mais importantes para uma universidade de excelência como a Universidade do Porto”, conclui João Manuel Tavares.

“Estamos muito satisfeitos com os resultados deste projeto, que uma vez mais mostra a importância das parcerias entre universidade e empresa para a promoção da inovação no país”, afirma António Pereira, administrador da Bosch em Ovar, que explica que “desta parceria da Bosch com a Universidade do Porto resultam tecnologias inovadoras que vão beneficiar a sociedade de um modo geral, permitindo contribuir para o aumento da a segurança, proteção e conforto em espaços públicos, externos e internos”.

Para João Manuel Tavares, coordenador do projeto na Universidade do Porto e professor catedrático da Faculdade de Engenharia (FEUP), “estes novos produtos para ecossistemas de internet das coisas vão acontecer num futuro muito próximo”.

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