Está em curso o projeto “i4efficiency – Identificador inteligente de integração e eficiência logística” que pretende potenciar a redução de consumo de energia e a redução anual de emissões de CO2 das atividades associadas às operações de logística urbana (distribuição postal, gestão de resíduos sólidos urbanos, serviços de água, eletricidade e gás) e ainda promover o aumento das taxas de reciclagem de resíduos.

Sobre o projeto i4efficiency
A logística urbana de serviços inclui operações como a entrega e recolha de mercadorias, o processamento de resíduos e também serviços que envolvem deslocações de técnicos aos domicílios, como leituras de contadores e apoio técnico. Sabe-se que a ineficiência deste processo impõe mais pressão sobre as zonas urbanas o que se traduz num impacto significativo nas emissões de carbono que, no caso do município de Sintra, se estima na ordem das 94.000 tonCO2/ano.
Para resolver estes desafios em Sintra, o projeto propõe uma abordagem integrada, contemplando diversas soluções de logística inteligente, baseadas na colaboração e partilha, que otimizam o número de veículos e recursos necessários nas operações envolvidas. Propõe-se também aplicar opções sustentáveis nas operações de última milha, na recolha de resíduos e outros serviços em dois territórios integrados na União de Freguesias de Sintra e na União de Freguesias de Massamá e Monte Abraão.

Outro propósito com a implementação do projeto é permitir uma maior flexibilidade e comodidade para as populações ao nível dos serviços prestados.

O projeto tem lugar em duas áreas integradas na União de Freguesias de Sintra e na União de Freguesias de Massamá Monte Abraão do concelho de Sintra, que funcionarão como laboratórios vivos.

Entre as especificidades do projeto, destaca-se a criação de uma plataforma digital que permite gerir de uma forma otimizada os processos de logística urbana e à qual os munícipes das áreas envolvidas terão acesso.

No âmbito desses laboratórios vivos serão criados dois centros logísticos de apoio às atividades em ambos os laboratórios, a situar nos mercados da Estefânia em Sintra e no mercado de Massamá, os quais estarão dotados de valências de apoio às atividades logísticas).

O projeto inclui o recurso a viaturas elétricas, a instalação de contentores inteligentes e a distribuição de caixotes para bio-resíduos e sacos biodegradáveis com vista à recolha de resíduos e ao seu encaminhamento adequado.

Toda a informatização, bem como a criação de um Identificador Único de Endereço (IUE, que identifica um endereço físico) permitirá o conhecimento em cada momento, através da plataforma digital, do ponto da situação e da evolução das operações por parte das entidades envolvidas na gestão, mas também por parte dos cidadãos, seja no que toca aos serviços integrados nesta solução bem como na quantificação dos resíduos por si produzidos, nos serviços prestados e sua participação no processo de descarbonização dos laboratórios vivos.

O projeto que já teve início em setembro de 2021, está agora na fase de implementação no terreno e terminará em final de 2023, sendo objetivo do promotor e dos parceiros, que as infraestruturas e processos agora implementados se mantenham no futuro e possam servir de demonstração com vista ao seu alargamento a outros locais.

Os cidadãos residentes nas áreas dos laboratórios vivos estão a ser contactados através de colaboradores credenciados pela Câmara Municipal de Sintra com vista à entrega do referido código IUE, bem como das instruções relativas ao funcionamento de todas as operações envolvidas.

este tipo de projetos visa criar territórios mais sustentáveis e capazes de prestar melhores serviços à comunidade.

Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra, diz que, com este projeto, se está a “agir local, pensar global”: “Em Sintra, unimos esforços e damos início ao projeto piloto em duas das onze freguesias, numa abordagem que se pretende integrada e com um olhar atento sobre as cidades. Começamos assim a trilhar um novo caminho, da tecnologia em prol da sustentabilidade, de pensar do primeiro momento da linha de logística ao tratamento de resíduos finais, de pensar o quotidiano das comunidades em gestos que certamente melhorarão o futuro de quem vive e trabalha em Sintra, em Portugal, no mundo.”

Num momento em que estão tão presentes as questões ambientais e as alterações climáticas e o papel fundamental de todos nós com vista à mudança de paradigma, Francisco Ferreira, presidente da ZERO, associação promotora do projeto, lembra que, “as autarquias e as empresas têm um papel importante para alcançarmos a neutralidade carbónica. Nesse sentido, projetos como o i4efficiency são uma ferramenta chave para alcançá-la, promovendo, por um lado, a redução do consumo de energia, enquanto fomenta a compostagem de resíduos orgânicos, tão importante para a redução dos resíduos e para a melhoria da qualidade dos nossos solos. Ao incentivar a participação dos munícipes neste processo estamos também a desenvolver uma cidadania ativa, cada vez mais fundamental no caminho para um desenvolvimento sustentável.”

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