Estudantes de várias escolas de Lisboa e do país estão em contagem decrescente para 26 de abril, data em que planeiam uma nova vaga de ocupações de escolas e universidades “pelo fim aos combustíveis fósseis”.

Organizada internacionalmente sob a convocatória “End Fossil: Occupy!”, esta vaga de ocupações de primavera tem como objetivo “garantir que as nossas reivindicações são ouvidas, ao mesmo tempo que apelamos à sociedade para tomar ação contra o colapso climático”, diz Teresa Núncio, porta-voz do movimento.

Os estudantes reivindicam o “fim aos fósseis até 2030 em Portugal” e a “eletricidade 100% renovável e acessível para todas as famílias até 2025”, uma medida que, de acordo a porta-voz, “pode ser posta em prática já e que combate ao mesmo tempo a crise climática e a crise do custo de vida”.

Às instituições de ensino já ocupadas no outono passado, somam-se agora as escolas secundárias Rainha D. Leonor, D. Luísa de Gusmão, José Gomes Ferreira, e Josefa de Óbidos, bem como a Faculdade de Belas Artes e a Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Além destas, juntam-se também escolas em Coimbra, em Faro e em Setúbal.

Os estudantes da Faculdade de Letras, condenados em dezembro a pagar uma multa por desobediência civil, angariaram o dinheiro para pagar a pena considerada injusta e o excedente irá ajudar a financiar a ocupação de abril.

Os estudantes prometem que “desta vez ocuparemos mais escolas e seremos mais disruptivos do que no outono”. Teresa Núncio, porta-voz do movimento “Fim ao Fóssil: Ocupa!”, afirma que “é preciso quebrar a normalidade e inspirar toda a sociedade a agir. A nossa casa está a arder e há responsáveis – as empresas fósseis, e os governos cúmplices. Precisamos de disrupção para parar a destruição”.

Uma das grandes novidades desta próxima onda de ocupações é que os estudantes garantem que vão ocupar as suas escolas e universidades até que 1500 pessoas se comprometam publicamente a participar na ação de desobediência civil em massa no porto de gás de Sines, organizada pela plataforma Parar o Gás a 13 de maio, e que pretende travar o funcionamento daquela estrutura. Já contam com mais de 50 assinaturas e, de acordo com o movimento, esta é a sua forma de “apelar à coragem de toda a sociedade para fazer frente ao colapso climático e à indústria fóssil que nos enterra o futuro e provoca as crises em que vivemos.”. Os estudantes desafiaram personalidades como António Guterres a assinar o compromisso.

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