A próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas acontece no Dubai, de 30 de novembro a 12 de dezembro (COP28) e o presidente da cimeira, o sultão Ahmed al-Jaber, afirmou que o planeta terá de sair da cimeira com um compromisso de triplicar a capacidade das renováveis até 2030 e duplicar novamente até 2040.

A Agência Internacional de Energia (IEA) estimou num relatório recente que o aumento da capacidade de energia renovável tem de triplicar até 2030 em comparação aos níveis de 2022, o que implicará desenvolver globalmente cerca de 1.200 GW por ano, de acordo com a IEA.

Sendo proveniente de um país de petróleo, o que continua a gerar polémica, o presidente da COP28 não mencionou, a interrupção do uso de combustíveis fósseis, concentrando-se na redução das emissões, principalmente através de tecnologias de captura de carbono e das renováveis.

“Devemos concentrar-nos na eliminação gradual das emissões de combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que devemos implementar alternativas viáveis e acessíveis sem carbono”, apontou o sultão durante o Diálogo Climático de Petersberg, que acontece em Berlim, Alemanha.

Num resumo recente do seu trabalho, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC/ONU) alertou que o mundo pode ultrapassar o limite de aquecimento global de 1,5 grau Celsius em cerca de uma década.

Al-Jaber disse “esperar compromissos ambiciosos, transparentes e responsáveis dos países e empresas que moldarão as políticas dos parlamentos e orçamentos” durante a COP28.

Mais financiamento

Ahmed al-Jaber também defendeu uma reforma do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para permitir “desbloquear muito mais financiamento, mitigar riscos e atrair mais capital privado”.

O presidente da COP28 pediu aos países desenvolvidos que libertem anualmente os 100 mil milhões de dólares (91,3 mil milhões de euros) prometidos aos países em desenvolvimento para enfrentar o aquecimento global. Uma promessa que data de 2009 e que inicialmente deveria ser cumprida a partir de 2020.

“Isto está a atrasar o progresso. Como parte das minhas ações de sensibilização, peço aos países doadores que forneçam uma avaliação do cumprimento deste compromisso antes da COP28”, disse al-Jaber.

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