O aquecimento causado pelas atividades humanas fez aumentar a temperatura em mais de 0,2°C, entre 2013 e 2022, com emissões de gases de efeito estufa a um nível sem precedentes, refere um estudo internacional.

“No período 2013-2022, o aquecimento causado pela humanidade aumentou para um nível sem precedentes de mais de 0,2°C por década”, lê-se num artigo publicado na revista científica Earth System Science Data.

O artigo é assinado por cerca de 50 investigadores e baseado nos métodos do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC), ligado à ONU.

O objetivo do estudo é fornecer indicadores atualizados do relatório do IPCC de 2021 e fornecer dados abertos atualizados todos os anos, para alimentar as negociações da COP e o debate político, já que a década atual é vista como decisiva para salvar a meta do acordo de Paris de 2015.

“É uma dura realidade que mostra a urgência de reduzir as emissões globais de CO2 e metano para ajudar a limitar o aquecimento global e o consequente aumento do risco”, disse aos jornalistas a paleoclimatologista francesa Valérie Masson-Delmotte, que participou do estudo.

Superfície do oceano com maio mais quente

O serviço europeu Copernicus informou, entretanto, que a superfície dos oceanos registou o seu mês de maio mais quente de sempre.

“As temperaturas à superfície dos oceanos atingem já níveis recorde e os nossos dados indicam que a temperatura média para todos os mares livres de gelo em maio de 2023 foi superior a qualquer outro mês de maio”, disse em comunicado a diretora-adjunta do serviço europeu Copernicus sobre alterações climáticas (C3S, na sigla em inglês), Samantha Burgess.

Todos estes dados divulgados surgem a meio de um ano decisivo para a política climática, estando prevista para setembro a publicação da primeira “avaliação global” dos compromissos dos vários Estados na implementação do acordo de Paris, que pretende limitar o aquecimento abaixo de 2°C e, se possível, 1,5°C, em comparação com o período pré-industrial.

No entanto, o aquecimento provocado pelas atividades humanas, essencialmente com a utilização de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás), já atingiu 1,14°C no período 2013-2022 e 1,26°C em 2022, de acordo com os cálculos do estudo.

Os cientistas alertam que a humanidade está a enfrentar uma década “crítica” e que o limite de 1,5°C pode ser alcançado ou superado nos próximos 10 anos.

Artigo anteriorVolvo EX30 já pode ser encomendado em Portugal. Gama e preços revelados
Próximo artigoIveco Bus apresenta a nova geração da gama E-WAY