A Economia Azul ganhou especial atenção nos últimos anos. Os seus princípios, enquadram-se na Agenda para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, com foco na criação de um futuro mais sustentável e inclusivo para as comunidades costeiras e o ecossistema oceânico global. A Economia Azul enfatiza o potencial dos oceanos como fonte de crescimento económico, numa abordagem consciente para a necessidade de aplicação de práticas responsáveis e sustentáveis na exploração dos recursos oceânicos. Uma ampla gama de setores económicos – pesca, aquicultura, transporte marítimo, energia renovável, turismo, biotecnologia – são tidos em consideração. O objetivo da Economia Azul é equilibrar o desenvolvimento económico com a sustentabilidade ambiental e a equidade social. Por isso, assenta nos seguintes pilares: sustentabilidade; inovação tecnológica; inclusão social e equidade e gestão integrada dos recursos oceânicos.
A implementação do conceito de Economia Azul em regiões insulares contribuirá para a construção de sociedades resilientes e prósperas, protegendo os seus bens naturais e culturais. Isto irá garantir a viabilidade dos ecossistemas marinhos a longo-prazo como fonte crucial de receitas. Comummente, as ilhas dependem de uma gama limitada de atividades económicas, como turismo, pesca e agricultura. Diversificar a economia, com a exploração de novos setores como a aquicultura e as energias renováveis (eólica, marés e ondas), permitirá a criação de novos postos de trabalho, levando à subsistência das comunidades insulares.
Para a avaliação da aplicabilidade e previsão do sucesso da Economia Azul em áreas costeiras, a comunidade científica desempenha um papel crucial com a sugestão de práticas sustentáveis. A investigação científica tem um papel de atuação em várias frentes: i) entender a complexa dinâmica dos sistemas oceânicos (ecossistemas, biodiversidade, espécies-chave e interação de processos físicos, químicos e biológicos); ii) avaliaçar e monitorizar os recursos oceânicos e o seu potencial ecológico e económico, com a avaliação de stocks de peixes, recursos minerais e energéticos; iii) avaliar os impactos ambientais de projetos de energia offshore, aquicultura, transporte marítimo, entre outros; iv) impulsionar a inovação tecnológica com desenvolvimento de técnicas que contribuam para o uso sustentável dos recursos oceânicos e minimização das suas consequências; v) avaliar a eficácia de políticas existentes, identificar lacunas e oportunidades.
Ao colaborar com as comunidades locais, representantes da indústria e governantes, os investigadores podem garantir que o conhecimento seja disseminado, que as perspetivas locais sejam consideradas e que todas as partes interessadas estejam ativamente envolvidas na definição de práticas e políticas sustentáveis para a aplicação de uma Ecomonia Azul.
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