Após a votação em abril passado, na qual os habitantes de Paris expressaram a sua opinião num referendo sobre o fim das trotinetes elétricas de aluguer na “cidade-luz”, as três operadoras que até então ofereciam este serviço de mobilidade suave (Dott, Lime e Tier Mobility) têm até à meia-noite de 31 de agosto de 2023 para remover das ruas da capital as 5.000 trotinetes elétricas ali presentes.

Efetivamente, no domingo, 2 de abril passado, os parisienses inscritos nas listas eleitorais foram convidados a votar “A favor ou contra as trotinetes de aluguer” numa das 203 assembleias de voto montadas para a ocasião.

Após esse dia de votação inédita, a comissão de controle, uma entidade colegial independente encarregada de garantir a integridade do processo de votação, anunciou os resultados através do seu Presidente, Yves Charpenel.

Um total de 103.084 parisienses votaram, e 89,03% deles votaram a favor do fim das trotinetes de aluguer em Paris.

“Esta noite, os parisienses que se pronunciaram expressaram-se massivamente contra as trotinetes de aluguer. A sua mensagem muito clara agora torna -sea nossa orientação. Com a minha equipa, seguiremos a sua decisão, como prometi”, declarou Anne Hidalgo, Presidente da Câmara de Paris, após a proclamação dos resultados.

A própria administração municipal parisiense tinha incentivado abertamente os eleitores a descartarem o serviço de trotinetes, argumentando que os acidentes aumentaram 189% desde 2019 e que as trotinetes estavam a criar um clima de ansiedade.

Depois de as receber em 2018, Paris torna-s a primeira capital europeia a proibir completamente as trotinetes partilháveis.

As três empresas tomaram medidas para retirar gradualmente as 15.000 trotinetes de aluguer, antes da data limite, estabelecida em 31 de agosto. A franco-holandesa Dott foi a mais rápida, recolhendo 3.000 das suas 5.000 unidades já em julho, a um ritmo de 500 trotinetes retiradas por semana, as quais serão enviados para Bordéus, mas também para Bélgica e Tel Aviv (Israel). A americana Lime anunciou, a 1 de agosto, a retirada da sua frota ao longo do mês, com as suas 5.000 scooters a serem redistribuídas por Lille, mas também por Copenhaga, Londres e várias cidades da Alemanha. A alemã Tier iniciou a operação a 14 de agosto, mantendo um terço da sua frota noutros municípios da Ile-de-France, nomeadamente em torno de Marne-la-Vallée ou Saint-Germain-en-Laye.

Com o fim das trotinetes, há a curiosidade de perceber qual será o meio de transporte para o qual se irão transferir estes utilizadores. Alguns assumem que irão optar por bicicletas partilhadas.

Aliás, em Paris, a Lime, a Tier e a Dott estão a investir em bicicletas partilhadas: 10.000 para a Lime, 5.000 para a Tier e 5.000 para a Dott, que espera poder aumentar rapidamente a sua frota. As empresas têm como alvo os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris, uma vez que as necessidades são estimadas em 30 mil bicicletas para o verão de 2024. A Vélib é outro operador de bicicletas partilhadas que também está no mercado com uma frota de cerca de 20 mil bicicletas.

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