A Toyota continua empenhada na utilização de hidrogénio em veículos ligeiros, tendo iniciado uma nova etapa no desenvolvimento deste tipo de tecnologia. Neste caso, este furgão combina o hidrogénio com um motor de combustão.

Tendo como foco viaturas de trabalho, a Toyota vai monitorizar durante cerca de quatro meses (de 23 de outubro a janeiro de 2024) uma Hiace comercial que recebeu um motor semelhante a um motor de combustão, só que, em vez de carburar a gasolina, é alimentado por hidrogénio no estado gasoso, em vez de ser em estado líquido.

O veículo de teste é baseado no Hiace, tendo sido convertido para ser equipado com um motor que funciona com hidrogénio no estado gasoso.

Um motor a gasóleo 2.8 litros de quatro cilindros foi substituído por um 3.5 litros twin-turbo V6 originalmente a gasolina vindo do Lexus LX600. O motor da série V35A foi, porém, modificado para funcionar com gás de hidrogénio comprimido, utilizando um sistema único de injeção direta, afinação da centralina e sistema de escape SCR com injeção de AdBlue, cumprindo as normas de emissões Euro 6.

O furgão utiliza três depósitos de hidrogénio de 47 litros do Toyota Mirai, embora, ao contrário do Mirai – que é um veículo de célula de combustível de hidrogénio, convertendo hidrogénio em eletricidade para alimentar uma bateria e motores elétricos – este HiAce funciona como um veículo a gasolina tradicional, com o V6 turboalimentado a carburar com gás (neste caso, hidrogénio). A tração é traseira e a potência é canalizada, através de uma transmissão automática de 10 velocidades.

No entanto, enquanto o Lexus LX600 produz 305 kW e 650 Nm com o seu V6 a gasolina, a potência do Hiace desceu mais de 60 por cento para 120kW e 354Nm. Sendo um protótipo, a autonomia está confinada a 200 km.

A potência máxima é de 120 kW, o binário é de 354 Nm e a autonomia é de 200 km.

Com uma capacidade total de 141 litros de hidrogénio, a Toyota diz que o Hiace tem uma autonomia de “menos de” 200 quilómetros, o que se traduz numa taxa de consumo de combustível de mais de 70 litros por 100 quilómetros.

Os testes com este Hiace pretendem avaliar a viabilidade da tecnologia junto de transportadoras (uma empresa de construção e uma empresa de segurança) e que terá como palco as estradas da Austrália, mais especificamente vias públicas nos subúrbios de Melbourne.

“Até agora, temos trabalhado para refinar a tecnologia dos motores a hidrogénio através da série Super Taikyu [competição automóvel de resistência no Japão], incluindo a sua durabilidade para funcionar em ambientes desafiantes, o controlo de combustão anormal e a garantia de segurança do hidrogénio. Além dos testes em ambiente de competição automóvel, também iremos analisar a performance do veículo em vias públicas, através de um teste de condução que permita desenvolver a sua aplicabilidade em utilizações comerciais, a sua operabilidade e a sua durabilidade no ambiente operacional do cliente”, variáveis importantes para permitir a sua utilização no futuro”, explica o construtor.

A Toyota ainda não forneceu dados relativos ao consumo de combustível ou às emissões, mas afirma que o grupo motopropulsor a hidrogénio instalado neste Hiace H2 resulta em emissões quase nulas de CO2 pelo tubo de escape, sendo que o processo de ignição do hidrogénio no motor gera pequenas quantidades de óxidos de azoto (NOx), que são reduzidos pelo sistema de redução catalítica seletiva.

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