O Quénia, um país com cerca de 53 milhões de habitantes, é o motor económico da África Oriental, mas a sua economia foi seriamente abalada pela COVID-19, depois pela onda de choque da guerra na Ucrânia e mais recentemente por uma seca histórica no Corno de África.
A região é uma das mais vulneráveis às alterações climáticas e os fenómenos meteorológicos extremos estão a ocorrer com maior frequência e intensidade.
“Sem medidas de adaptação, o impacto das alterações climáticas [no Quénia] poderá não só afetar desproporcionalmente os pobres, mas também levar a perdas reais do PIB de até 7% em comparação com o cenário de base até 2050”, afirma o Banco Mundial.
O país está agora a ser atualmente atingido pelo fenómeno climático El Niño, que ampliou a precipitação durante a estação chuvosa e tem causado inundações significativas e mais deslocados.
O Banco Mundial estimou que o número de pessoas pobres no Quénia poderá aumentar em 1,1 milhões até 2050 se houver “inação em relação às alterações climáticas”.
A agricultura, principal contribuinte para a economia do país, representando cerca de 21% do PIB em 2022, é vulnerável ao aumento das secas e às chuvas torrenciais.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Quénia poderá ser inferior em até 7% ao estimado até 2050, se não houver combate às alterações climáticas, alertou o Banco Mundial.
O Quénia necessitará de 62 mil milhões de dólares (57 mil milhões de euros até 2030) para adaptar a sua economia aos desafios climáticos, segundo o Banco Mundial.
Isto “exigirá tanto recursos internos como um aumento do investimento privado compatível com o clima em áreas existentes para a alimentação de gado e o turismo, e em setores emergentes, como a mobilidade elétrica e a energia verde”, afirmou a instituição.
A margem de manobra das autoridades quenianas é limitada. A dívida pública do país era de mais de 10,1 biliões de xelins (64,4 mil milhões de euros) no final de junho, ou cerca de dois terços do PIB.