Promover uma paisagem resiliente e adaptada às alterações climáticas é o propósito do projeto LIFE ResLand – Adapt and Promote a Resilient and Firewise Living Landscape, que, até 2029, vai ser implementado na vertente cascalense do Parque Natural de Sintra-Cascais (PNS-C). A iniciativa, coordenada pela Cascais Ambiente, é um dos sete projetos portugueses que recebem o apoio do Programa LIFE da Comissão Europeia. A sessão de apresentação pública decorreu este sábado, 25 de novembro, na Casa da Cal, na Quinta do Pisão em Cascais, com a presença do Presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, a professora Helena Freitas e os proprietários locais.

O LIFE ResLand tem como objetivo melhorar o território para resistir à ameaça dos incêndios florestais e minimizar os seus impactos. Para isso, o projeto vai atuar em três grandes eixos: ordenar a paisagem, promover a gestão conjunta e salvaguardar a segurança de pessoas e bens. Estas mais-valias do projeto vão trazer, por sua vez, uma diminuição do abandono dos terrenos rústicos e uma gestão ativa dos espaços. Ao reduzir a frequência e a intensidade dos fogos, é possível tornar a floresta numa fonte de rendimento atrativa para os proprietários, apoiar o fortalecimento da economia local e devolver qualidade de vida para todos.

Medidas concretas assentam na aposta da manutenção dos terrenos pelos proprietários, a quem o projeto facultará os recursos necessários, tanto teóricos como técnicos, para o efeito apoiando com formação e mão-de-obra.

Quanto aos resultados esperados, prevê-se a recuperação da paisagem
para manchas de vegetação descontínuas e usos diferentes dos atuais, como zonas de pastagem e cultivo de espécies autóctones e resilientes, entre outras.  Benefícios ambientais, sociais e económicos que se traduzem em ganhos e para a comunidade.

Apresentada publicamente na Casa da Cal, numa sessão com representantes das entidades parceiras, proprietários de terrenos rústicos e a comunidade local. Este foi o momento de lançamento oficial do projeto LIFE ResLand, que permite a troca de ideias entre os participantes e a equipa de trabalho. Inaugurou-se assim uma forma de trabalho conjunto onde há espaço para o cidadão participar nas decisões administrativas do território.

O projeto LIFE ResLand tem um orçamento de cerca de três milhões de euros e é cofinanciado pelo Programa LIFE da Comissão Europeia. Durante seis anos, vão ser testados diferentes modelos de gestão para melhorar a adaptação deste território aos efeitos das alterações climáticas, com foco no aumento da resiliência a incêndios florestais e a fenómenos meteorológicos extremos. O projeto tem como entidades parceiras o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a Proteção Civil.

Com fim previsto para 30 setembro de 2029, este projeto pretende ser um modelo replicável a nível nacional e internacional, como exemplo de boas práticas.

“Sentimos todos os anos os efeitos das alterações climáticas. É particularmente preocupante nos Parques Naturais, mas em Cascais ainda mais porque a pressão demográfica e o turismo, que acalentamos, colocam também desafios de segurança,” explica Luís Almeida Capão, Presidente da Cascais Ambiente, empresa responsável pela implementação do projeto. “É urgente reduzir o número de áreas sem uso e diminuir acumulação de vegetação combustível no Parque, que aumentam a vulnerabilidade destes territórios aos incêndios florestais.  Com o LIFE ResLand podemos ter a solução construída em conjunto com decisão política, contributo dos técnicos e envolvimento das pessoas.”

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