O líder da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) pediu “urgentemente” aos seus 23 países-membros e associados que “rejeitem proativamente”, nas negociações da COP28, qualquer acordo que mencione combustíveis fósseis em vez da redução de emissão de gases nocivos.
De acordo com uma carta enviada aos associados e aliados da OPEP, que inclui os países lusófonos Angola e Guiné Equatorial, e, a partir de janeiro o Brasil, o secretário-geral do cartel pede que rejeitem ” proativamente qualquer texto ou linguagem que vise a energia, ou seja, os combustíveis fósseis, em vez das emissões” de gases com efeito de estufa.
Na carta, citada pela agência de notícias France-Presse, o secretário-geral da OPEP, Haitham al-Ghais, alerta os membros da OPEP para facto de que o projeto de decisão da COP28 que está a ser trabalhado “ainda contém opções sobre a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis”. Estas são as suas palavras: “Parece que a pressão excessiva e desproporcionada sobre os combustíveis fósseis pode atingir um ponto de rutura com consequências irreversíveis, uma vez que o projeto de decisão ainda contém opções sobre a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis”.
A COP28 está a entrar na reta final. No centro destas negociações está a questão dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), a principal causa do aquecimento global.
“Embora os países-membros e os seus associados levem a sério as alterações climáticas (…), seria inaceitável que campanhas politicamente motivadas pusessem em risco a prosperidade e o futuro dos nossos povos”, lê-se ainda na carta que é dirigida aos 13 membros da OPEP e aos outros 10 países aliados.
Esta carta dada a conhecer reforça ainda mais as preocupações que se levantaram quando se ficou a saber que a presidência da COP28 seria ocupada pelo presidente da companhia petrolífera nacional dos Emirados Árabes Unidos, Sultan Al Jaber.
Espanha, que exerce atualmente a presidência semestral do Conselho da União Europeia, já veio afirmar através da ministra da Transição Ecológica, Teresa Ribera, que é “bastante repugnante que os países da OPEP se oponham a colocar a fasquia onde ela deve estar” em matéria de clima, afirmou , no Dubai, onde decorre a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28)
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