A indústria em Portugal tem um enorme potencial para melhorar a competitividade através da descarbonização da geração de energia, que pode ser local e renovável devido à evolução da tecnologia e da regulamentação.
O setor da indústria da cerâmica, em particular, é um bom case study disto. Em 2021, este setor teve um autoconsumo de eletricidade abaixo de 0.9%, de acordo com dados oficiais, quando, no entanto, o potencial global é da ordem dos 13%, segundo um estudo publicado pela Helexia.
Porém, se se elevar o autoconsumo para perto dos 20%, os custos de eletricidade tornam-se ainda mais competitivos, com as empresas a lograrem “aumentar a sua independência energética a longo prazo”, afirmam os especialistas da Helexia.
a indústria da cerâmica em portugal está, de um modo geral, a desperdiçar dinheiro em energia e a emitir mais emissões do que é tecnologicamente possível.
a revigrés percebeu isto e apostou no fotovoltaico.
Esta aposta da Revigrés tem por base um plano de otimização de processos apoiados na inovação tecnológica e em soluções cerâmicas diferenciadoras, com foco na sustentabilidade. Para a concretização desta aposta no campo da eficiência energética, a Revigrés recorreu a dois projetos integrados nas Agendas Mobilizadoras e Agendas Verdes para a Inovação Empresarial do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, tendo em vista o cumprimento das metas da neutralidade carbónica através de 1) novas tecnologias, 2) formas de energia mais eficientes e 3) desenvolvimento de produtos inovadores, resultantes de processos mais sustentáveis e ecoeficientes.
A Revigrés, um dos principais players de referência do mercado em Portugal, é um exemplo de um caminho que pode ser feito.
A empresa, que já tinha uma produção de energia limpa de 1,2GWh/ano, reforçou essa produção para cerca de 4GWh/ano, em abril do ano passado, nas suas instalações em Águeda.
Isto através de uma segunda fase da instalação da central fotovoltaica de autoconsumo, em parceria com a Helexia, assente na duplicação da sua capacidade de produção.
Em funcionamento, a Revigrés tem agora 7.328 painéis fotovoltaicos e uma potência de 2.9MWp, que resultam na mencionada produção de energia solar de 4 GWh/ano.

Com o novo parque fotovoltaico é também possível uma redução nas emissões de CO2 em 1826 toneladas/ano, o que corresponde à plantação de cerca de 47 mil árvores.
Feitas as contas, “com esta aposta, perto de 20% da energia consumida nas nossas unidades fabris provém de fontes renováveis, evitando a emissão de 1826 toneladas de CO2 por ano. Mais um marco importante, numa já de si ampla política de sustentabilidade, o que nos permite afirmar que a nossa cerâmica é mesmo verde”, afirma Victor Ribeiro, CEO da Revigrés.