De acordo com os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), Portugal continua com um parque automóvel envelhecido, em particular quando comparado com outros países da União Europeia. Dos 5,6 milhões de veículos que circulavam em 2021, 63% tinha mais de 10 anos de idade.

Fonte: ACAP

Para o envelhecimento também tem contribuído a importação de automóveis usados, a grande maioria entre 6 e 10 anos de idade, como elucida o gráfico:

Fonte: ACEA/ACAP

Em 2022, a idade média dos veículos entregues para abate era de 24,3 anos. Nesse ano, em Portugal, cerca de 1,5 milhões de  veículos em circulação apresentavam mais de 20 anos de idade.

Fonte: ACAP/Valorcar

As estatísticas da ACAP mostram ainda que os ligeiros de mercadorias e os pesados de mercadorias são os veículos mais velhos do parque automóvel nacional, situando-se acima dos 15 anos. Seguem-se os pesados de passageiros (14 anos) e os ligeiros de passageiros (13,6 anos).

Fonte: ACAP
Programa de incentivo ao abate: ACAP exige a sua rápida aprovação
No “Fórum do Retalho Automóvel” promovido pela ACAP e que teve lugar esta quinta-feira, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a ACAP voltou a insistir na importância da reintrodução de mecanismos de incentivo ao abate de veículos em fim de vida, para acelerar a substituição dos veículos convencionais mais antigos e poluentes por veículos de baixas emissões, tal como aconteceu em Espanha, Itália ou França. Tudo com o intuito de “procurar renovar o parque automóvel em Portugal”, dados os benefícios decorrentes desse rejuvenescimento, em termos de segurança (veículos mais novos são mais seguros) e ao nível ambiental (viaturas mais recentes são menos poluentes).
A ACAP lembra que o Governo introduziu um artigo na Lei do Orçamento do Estado que prevê a implementação deste programa, pelo que “a ACAP exige a sua rápida aprovação”.
Esta associação, que representa os importadores dos construtores de automóveis em Portugal, sublinha a importância de retirar de circulação de veículos em fim de vida (VFV) com emissões médias de 170 g/km de CO2, substituindo-os por veículos com emissões médias de 95 g/km (incluindo elétricos, híbridos plug-in e veículos a gasolina e gasóleo). A ACAP acrescenta que o rejuvenescimento do parque automóvel nacional traria ainda vantagens económicas: “O incentivo ao abate vai resultar numa poupança energética de 3,2 milhões de litros de combustível/ano, o equivalente a 33.200 barris de petróleo. Em termos de emissões, irão registar-se menos 10.800 toneladas de CO2 ao ano”.
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